quarta-feira, 8 de julho de 2009

Inserção: um novo jeito de ser vida religiosa, á serviço da vida
“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo concederá” (Jo. 15,16)
Com esse tema, partindo da bonita experiência de Carpina, PE, em abril deste ano, onde o seminário Nacional da Vida Religiosa Inserida foi o novo pentecostes para as nossas vidas como consagrados/as, o re-lançar na missão de anunciar e se comprometer com o projeto de Jesus: os pobres e excluídos,fomos interpelados/as a retomar nossa caminhada na esperança de construir o novo que nos faz repensar o sonho de Deus: paz e justiça para todos/as. Essa iniciativa nos convoca a retomarmos o amor apaixonado por Jesus e pelo seu Reino, tendo como ponto de partida, a vida dos pobres e de todos aqueles/as que compõem a massa excludente de nossa sociedade.
Em primeiro lugar, para nos comprometermos com os pobres é preciso olhar o carisma fundante de nossas ordens e congregações, a partir dos fundadores/as, que impelido/as pelo Espírito de Deus, tiveram o Evangelho como fonte e a inspiração para suas vidas. Vislumbrados/as em Jesus Cristo, deixaram-se amar, seduzir-se pela Palavra em meios aos desafios do seu tempo. Hoje temos que olhar a nossa vida, e perceber a que ponto estamos chegando, ou se ainda, vivemos no comodismo e no medo de sairmos de nós mesmos/as para darmos uma resposta mais coerente, sendo testemunhas proféticas de uma vida religiosa alegre e incansável de fazer o bem por amor ao Reino. É nessa certeza que certamente estará a nossa recompensa, como diz, (Mt. 5, 12,) “Bem aventurados sois vós quando forem perseguidos e disserem todo mal contra vós por causa do Reino de Deus, alegrai-vos, pois será grande a recompensa de vocês nos céus”. Portanto, é necessário que a cada dia nos alimentemos dessa palavra, o próprio evangelho encarnado, traduzindo se na mística do ser que cuida e defende a vida ameaçada. A Palavra de Deus nos fala: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho. (Salmos 119:105),”
A mística se configura na entrega constante do coração que se confia no amor misericordioso de Deus, dele busca forças para descermos na periferia, nos centros urbanos, nas inúmeras desigualdades e situações sociais e entre outras: desemprego, violência contra mulheres, crianças e idosos, realidades essas que afligem nosso povo. Em síntese não basta só falarmos de inserção, é importante e imprescindível a nossa presença concreta no qual o nosso modo de fazer dará consistência e profundidade o nosso ser, isto é, nos faz aproximar-se a cada momento da proposta de Jesus, e assim cotidianamente seremos capazes de viver a inserção como um projeto de vida que não podemos deixar de darmos prioridade em nossa vida religiosa consagrada.

Ir. Francilene Cavalcante, ICMR – Ananindeua PA. 08/07/2009

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