Do dia 15 a 19 de dezembro na Praia de Rosa do Mar (SC), Reuniram-se os Irmão leigos da Provincia Gaúcha na abertura dos encontros de verão. No mês de Janeiro continuam os Freis que atuam na pastoral, formação, comunicação.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Celebração e Confraternização da FFBrs
Nesta quinta- feira, 10/12/2009, na centro Franciscano das Irmas Franciscana da Penitência e Caridade Crista em Alvorada, aconteceu a Reunião mensal da Coordenação da FFBrs. Esta Reunião teve um carater celebrativo. Na oportunidade houve a celebração eucaristica, o planejamento das reuniões para 2010 e a revelação do amigo secreto. Após tivemos um gostoso jantar preparado pela comunidade das irmãos que recidem do centro Franciscano. Esta confraternização foi regada por boa conversa, alegria e fraternidade.Lembramos que estamos em tempos de advento nos preparando para a chegado do Menino Jesus que nos traz o Espirito de Natal que tomou conta do ambiente fraterno.
A todos desejamos um feliz e abençoado Natal.
A todos desejamos um feliz e abençoado Natal.
domingo, 29 de novembro de 2009
Para que serve o Horizonte?
Evandro chegou no céu e pediu pra falar com Deus porque, segundo o seu ponto de vista, havia uma coisa na criação que não tinha nenhum sentido...
Deus o atendeu de imediato, curioso por saber qual era a falha que havia na Criação.
- Senhor Deus, sua criação é muito bonita, muito funcional, cada coisa tem sua razão de ser...Mas no meu ponto de vista, tem uma coisa que não serve para nada disse Evandro para Deus.
- E que coisa é essa Evandro que não serve para nada? Perguntou Deus.
- É o horizonte. Para que serve o horizonte?
-Se eu caminho um passo em direção ao horizonte, ele se afasta um passo de mim.
-Se caminho dez passos, ele se afasta outros dez passos.
-Se caminho quilômetros em direção ao horizonte, ele se afasta os mesmos quilômetros de mim...
Isso não faz sentido!O horizonte não serve pra nada.
Deus olhou para Evandro, sorriu e disse:
- Mas é justamente para isso que serve o horizonte... " para fazê-lo caminhar “Pense nisso......
É a Esperança...Só a Esperança nos faz caminhar e nos afasta do passado...Vida Nova!!!!
Texto escrito pela Valéria Nabak Alves
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
"Amadurece a cada instante uma esperança..."
(Jr 33,14-16; Sl 24/25; 1Ts 3,12-4,2; Lc 21,25-28.34-36)
Abre-se diante de nós um novo tempo, marcado pela pela abertura, pela esperança e pela vigilância. Somos convidados/as a compreender o núcleo central da esperança do porvo de Israel e das comunidades cristãs, mas também “afagar a terra, conhecer os desejos da terra – fecunda estação! – e fecundar o chão”. Serão quatro semanas que nos ajudarão a reviver os milênios de expectativa messiânica do povo de Israel e os nove meses de espera ativa da Família de Nazaré. É um tempo em que convergimos nossos esforços e faculdades no reconhecimento e na acolhida dAquele que vem na fragilidade humana e nas brechas da história. É um período caracterizado pela esperança inquieta e quase delirante: “Amadurece, a cada instante, uma esperança de um mundo novo, povoado de irmãos. Se você pode acreditar, comece agora, e não tenha medo de ser livre até o fim.”
“Aprendam de nós como comportar-se para agradar a Deus...”
O comércio tem pressa e não espera o Advento para insultar nossos ouvidos e agredir nossos olhos com suas mercadorias, quase convencendo-nos de que é preciso preparar o natal garantindo nossa quota de mercadorias. Ele insiste que aquilo que adquirimos no natal passado já está superado, e que precisamos estar em dia. Nossa casa está releta de coisas, mas acabamos criando a sensação de que nos falta algo essencial, que não podemos deixar de comprar.
Uma pesquisa realizada na Europa concluiu que uma família de classe média possui mais ou menos 10.000 objetos. E revelou que, na Itália, existem 75 automóveis e 122 celulares para cada 100 pessoas. A verdade é que as pessoas passam a viver em função das coisas que compram, seja trabalhando para reunir o dinheiro necessário para adquiri-las, seja investindo tempo e dinheito para mantê-las limpas e funcionando. Que sentido tem uma vida assim?
No Evangelho de hoje, embora num contexto um pouco diferente, Jesus nos adverte: “Tomem cuidado para que os corações de vocês não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida...” A verdadeira preparação para o natal não se faz adquirindo mais coisas e acrescentando atividades, mas reduzindo as posses, despojando-se do supérfluo, simplificando a vida, reconhecendo e priorizando o essencial. É assim que agraderemos a Deus e cresceremos como pessoas.
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas...”
A finalidade da Palavra de Deus não é criar pânico, mas despertar uma lúcida esperança e convidar à vigilância. Sol, lua, estrelas e mar são símbolos dos poderes que se querem divinos, estáveis e inquiestonáveis. E quando tais poderes são enfrentados e abalados, muitas pessoas são assaltadas pela ansiedade e dominadas pelo pavor. Frequentemente, a crítica é vista como insulto, e o abalo das instituições como fim da ordem e da civlização.
A mesma sensação se estende às outras dimensões da vida. Para muitas pessoas, ter que baixar o nível de consumo ou diminuir a extensão das posses parece uma catástrofe que rouba ou abala o sentido da vida. A própria Igreja católica perde o sono e a serenidade diante do avanço das demais denominações cristãs, pois parecem estar questionando a verdade da qual sente-se proprietária absoluta. Tais experiências têm sabor de perda e de fim, e é difícil vislumbrar nelas um começo novo e promissor.
Jesus chama a atenção para a novidade alvissareira que se esconde e se revela no ventre destas experiências. “Então eles verão o filho do homem vindo sobre uma nuvem, com poder e grande glória.” É o novo Homem e a nova Mulher que começam a ser gerados no ventre das pessoas e movimentos que se esvaziam dos entulhos culturais e religiosos engolidos à força. É a Humanidade nova e verdadeira que nasce dos escombros de um mundo desigual e do vazio fecundo criado pela diminuição do consumo.
“Levantem-se e ergam a cabeça...”
Jesus convida à vigilância e à esperança: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima.” “Estas coisas” são a instabilidade dos grandes poderes e o consequente medo de muitos, mas é principalmente o renascimento da humanidade verdadeira, sustentada na aparente inconsistência das nuvens e não pela estabilidade do sol e da lua; aleitada no seio da compaixão e não na mamadeira das leis; assegurada pelas mãos que se estendem para construir e não pelas armas que arrasam.
Mas este nascimento não é evidente, nem se impõe à nossa percepção. Jeremias diz que direito e a justiça são como um broto no meio de grandes árvores. Novos Homens e Mulheres não costumam ganhar espaço no panteão dos meios de comunicação. Enquanto os olhos treinados para aplaudir poderes e grandezas continuam voltados a Jerusalém, não podem notar nada de novo em Belém. Então, o Advento é um necessário tempo de vigilância, pois Deus nos visita em fraldas, vem ao mundo como broto em terra seca. Para vê-lo e reconhecê-lo, precisamos pruificar nosso olhar!
“Esse dia cairá como armadilha...”
Atenção e vigilância são atitudes necessárias para que esse misterioso dia não nos surpreenda correndo atrás de comidas e de bebidas – de perus e de espumantes! – e preocupados/as com nossa conta que, corroída pelo insaciável desejo de consumir, está em vermelho. Este tempo vai sendo hoje, e o lugar está nas promissoras u-topias/não-lugares cotidianas. O dia é cada dia e o lugar é um pouco por todo lado. Não esperemos nada de imponente e ostensivo.
E atenção com a tentação dos calendários! Eles devoram nossa alma. É desesperador perceber que o dia 25 se aproxima e ainda não adquirimos aqueles bens que parecem ser o sumo bem. É desalentador dar-se de que o dia do natal passou e nada de novo e profundo aconteceu conosco. Vivamos o Advento esquecendo o calendário fixo, abandonando a ansiedade de multiplicar novenas e pedidos. Antes, afaguemos a terra para conhecer seus desejos e, reconhecendo a propícia estação, fecundando-a com o melhor de nós mesmos/as. “Se você pode acreditar, comece agora!”
“Confio em ti, meu Deus...”
O tempo de Advento nos convida também a rezar “todo tempo”. Trata-se de encontrar meios para manter e cultivar esta vital abertura ao Deus que veio, que vem e que virá. Sem esta abertura acabamos enclausurados em nós mesmos/as, avessoas a qualquer esperança e refratários a toda mudança. Sem esta janela para o amanhã, acabaremos cego/as às novidades emergentes e reféns do ontem, partes daquilo que já era, membros inertes de um corpo morto.
A verdadeira oração não consiste em apresentar a Deus uma lista de necessidades e caprichos. Antes, é exercício de presença fiel diante de Deus para conhecer seu mistério e acolher sua vontade. Enquanto abertura e confiança em Deus, a oração suscita e sustenta a força de que necessitamos para escapar da tentação do consumo irracional e das relações impessoais. E nos ajuda a permenacermos de pé diante do Filho do Homem, deste ser humano novo que vem sobre a vulnerabilidade das nuvens, envolto na fragilidade dos bebês.
“Continuem progredindo...”
Paulo nos pede carinhosamente que continuemos crescendo e progredindo em humanidade, que aumente nosso amor mútuo e para com todas as pessoas. Este é o modo de agradar a Deus e permanecer firme e irrepreensível. O que agrada a Deus não é consumo, nem triunfo ou o sucesso, mas o crescimento no serviço aos outros. Este é o caminho que Deus ensina aos pobres e mostra aos justos, respondendo à súplica do salmista.
Uma vez mais: a verdadeira preparação para o Natal do Senhor, assim como para nosso crescimento como pessoas humanas, consiste mais em diminuir as coisas e atividades, em simplificar a vida e dar prioridade ao que é essencial, em criar espaços vazios para acolher o que está para nascer ou para chegar, e menos em muliplicar preces e devoções, em comprar coisas que nos abarrotam e acabam criando um vazio que nos enche de tédio.
Gosto de repetir silenciosamente os versos do Ivo Fachini: “Amadurece, a cada instante, uma esperança de um mundo novo, povoado de irmãos.” E acolho como dirigida a mim a provocação: “Se você pode acreditar, comece agora, e não tenha medo de ser livre até o fim.” Aprendamos essa urgência com o místico Charles de Foucault (+01/12/1916) e com o missionário São Francisco Xavier (+03/12/1552).
Pe. Itacir Brassiani msf
Abre-se diante de nós um novo tempo, marcado pela pela abertura, pela esperança e pela vigilância. Somos convidados/as a compreender o núcleo central da esperança do porvo de Israel e das comunidades cristãs, mas também “afagar a terra, conhecer os desejos da terra – fecunda estação! – e fecundar o chão”. Serão quatro semanas que nos ajudarão a reviver os milênios de expectativa messiânica do povo de Israel e os nove meses de espera ativa da Família de Nazaré. É um tempo em que convergimos nossos esforços e faculdades no reconhecimento e na acolhida dAquele que vem na fragilidade humana e nas brechas da história. É um período caracterizado pela esperança inquieta e quase delirante: “Amadurece, a cada instante, uma esperança de um mundo novo, povoado de irmãos. Se você pode acreditar, comece agora, e não tenha medo de ser livre até o fim.”
“Aprendam de nós como comportar-se para agradar a Deus...”
O comércio tem pressa e não espera o Advento para insultar nossos ouvidos e agredir nossos olhos com suas mercadorias, quase convencendo-nos de que é preciso preparar o natal garantindo nossa quota de mercadorias. Ele insiste que aquilo que adquirimos no natal passado já está superado, e que precisamos estar em dia. Nossa casa está releta de coisas, mas acabamos criando a sensação de que nos falta algo essencial, que não podemos deixar de comprar.
Uma pesquisa realizada na Europa concluiu que uma família de classe média possui mais ou menos 10.000 objetos. E revelou que, na Itália, existem 75 automóveis e 122 celulares para cada 100 pessoas. A verdade é que as pessoas passam a viver em função das coisas que compram, seja trabalhando para reunir o dinheiro necessário para adquiri-las, seja investindo tempo e dinheito para mantê-las limpas e funcionando. Que sentido tem uma vida assim?
No Evangelho de hoje, embora num contexto um pouco diferente, Jesus nos adverte: “Tomem cuidado para que os corações de vocês não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida...” A verdadeira preparação para o natal não se faz adquirindo mais coisas e acrescentando atividades, mas reduzindo as posses, despojando-se do supérfluo, simplificando a vida, reconhecendo e priorizando o essencial. É assim que agraderemos a Deus e cresceremos como pessoas.
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas...”
A finalidade da Palavra de Deus não é criar pânico, mas despertar uma lúcida esperança e convidar à vigilância. Sol, lua, estrelas e mar são símbolos dos poderes que se querem divinos, estáveis e inquiestonáveis. E quando tais poderes são enfrentados e abalados, muitas pessoas são assaltadas pela ansiedade e dominadas pelo pavor. Frequentemente, a crítica é vista como insulto, e o abalo das instituições como fim da ordem e da civlização.
A mesma sensação se estende às outras dimensões da vida. Para muitas pessoas, ter que baixar o nível de consumo ou diminuir a extensão das posses parece uma catástrofe que rouba ou abala o sentido da vida. A própria Igreja católica perde o sono e a serenidade diante do avanço das demais denominações cristãs, pois parecem estar questionando a verdade da qual sente-se proprietária absoluta. Tais experiências têm sabor de perda e de fim, e é difícil vislumbrar nelas um começo novo e promissor.
Jesus chama a atenção para a novidade alvissareira que se esconde e se revela no ventre destas experiências. “Então eles verão o filho do homem vindo sobre uma nuvem, com poder e grande glória.” É o novo Homem e a nova Mulher que começam a ser gerados no ventre das pessoas e movimentos que se esvaziam dos entulhos culturais e religiosos engolidos à força. É a Humanidade nova e verdadeira que nasce dos escombros de um mundo desigual e do vazio fecundo criado pela diminuição do consumo.
“Levantem-se e ergam a cabeça...”
Jesus convida à vigilância e à esperança: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima.” “Estas coisas” são a instabilidade dos grandes poderes e o consequente medo de muitos, mas é principalmente o renascimento da humanidade verdadeira, sustentada na aparente inconsistência das nuvens e não pela estabilidade do sol e da lua; aleitada no seio da compaixão e não na mamadeira das leis; assegurada pelas mãos que se estendem para construir e não pelas armas que arrasam.
Mas este nascimento não é evidente, nem se impõe à nossa percepção. Jeremias diz que direito e a justiça são como um broto no meio de grandes árvores. Novos Homens e Mulheres não costumam ganhar espaço no panteão dos meios de comunicação. Enquanto os olhos treinados para aplaudir poderes e grandezas continuam voltados a Jerusalém, não podem notar nada de novo em Belém. Então, o Advento é um necessário tempo de vigilância, pois Deus nos visita em fraldas, vem ao mundo como broto em terra seca. Para vê-lo e reconhecê-lo, precisamos pruificar nosso olhar!
“Esse dia cairá como armadilha...”
Atenção e vigilância são atitudes necessárias para que esse misterioso dia não nos surpreenda correndo atrás de comidas e de bebidas – de perus e de espumantes! – e preocupados/as com nossa conta que, corroída pelo insaciável desejo de consumir, está em vermelho. Este tempo vai sendo hoje, e o lugar está nas promissoras u-topias/não-lugares cotidianas. O dia é cada dia e o lugar é um pouco por todo lado. Não esperemos nada de imponente e ostensivo.
E atenção com a tentação dos calendários! Eles devoram nossa alma. É desesperador perceber que o dia 25 se aproxima e ainda não adquirimos aqueles bens que parecem ser o sumo bem. É desalentador dar-se de que o dia do natal passou e nada de novo e profundo aconteceu conosco. Vivamos o Advento esquecendo o calendário fixo, abandonando a ansiedade de multiplicar novenas e pedidos. Antes, afaguemos a terra para conhecer seus desejos e, reconhecendo a propícia estação, fecundando-a com o melhor de nós mesmos/as. “Se você pode acreditar, comece agora!”
“Confio em ti, meu Deus...”
O tempo de Advento nos convida também a rezar “todo tempo”. Trata-se de encontrar meios para manter e cultivar esta vital abertura ao Deus que veio, que vem e que virá. Sem esta abertura acabamos enclausurados em nós mesmos/as, avessoas a qualquer esperança e refratários a toda mudança. Sem esta janela para o amanhã, acabaremos cego/as às novidades emergentes e reféns do ontem, partes daquilo que já era, membros inertes de um corpo morto.
A verdadeira oração não consiste em apresentar a Deus uma lista de necessidades e caprichos. Antes, é exercício de presença fiel diante de Deus para conhecer seu mistério e acolher sua vontade. Enquanto abertura e confiança em Deus, a oração suscita e sustenta a força de que necessitamos para escapar da tentação do consumo irracional e das relações impessoais. E nos ajuda a permenacermos de pé diante do Filho do Homem, deste ser humano novo que vem sobre a vulnerabilidade das nuvens, envolto na fragilidade dos bebês.
“Continuem progredindo...”
Paulo nos pede carinhosamente que continuemos crescendo e progredindo em humanidade, que aumente nosso amor mútuo e para com todas as pessoas. Este é o modo de agradar a Deus e permanecer firme e irrepreensível. O que agrada a Deus não é consumo, nem triunfo ou o sucesso, mas o crescimento no serviço aos outros. Este é o caminho que Deus ensina aos pobres e mostra aos justos, respondendo à súplica do salmista.
Uma vez mais: a verdadeira preparação para o Natal do Senhor, assim como para nosso crescimento como pessoas humanas, consiste mais em diminuir as coisas e atividades, em simplificar a vida e dar prioridade ao que é essencial, em criar espaços vazios para acolher o que está para nascer ou para chegar, e menos em muliplicar preces e devoções, em comprar coisas que nos abarrotam e acabam criando um vazio que nos enche de tédio.
Gosto de repetir silenciosamente os versos do Ivo Fachini: “Amadurece, a cada instante, uma esperança de um mundo novo, povoado de irmãos.” E acolho como dirigida a mim a provocação: “Se você pode acreditar, comece agora, e não tenha medo de ser livre até o fim.” Aprendamos essa urgência com o místico Charles de Foucault (+01/12/1916) e com o missionário São Francisco Xavier (+03/12/1552).
Pe. Itacir Brassiani msf
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira. ..
Quando se vê, já terminou o ano..
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'
Mário Quintana
Mário Quintana
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
XV Assembléia Geral Ordinaria da Familia Franciscana do Brasil
Tema: Dimensão profética da missão
Lema: Não perca de vista seu ponto de partida
Ir. Francilene Cavalcante, ICMR.
P/ Regional – PA/AP
Belém, PA, 31 de outubro de 2009.
Lema: Não perca de vista seu ponto de partida
A Assembléia Nacional Eletiva da FFB para todos nós franciscanos e franciscanas foi um grande momento de graças e bênçãos, para reavivar em nós os sonhos de Francisco e Clara na continuidade a missão franciscana fundada no amor, de ser e servir. Fomos convocados/as a refazer o caminho bebendo do carisma franciscano com o ouvido atento a realidade comprometendo se em fazer “passos ligeiros e firmes”. Sendo assim, confiantes nesta força que nos impulsiona seremos capazes de continuar a viver o projeto de Deus semeando a paz e o bem, no qual devemos constantemente praticar em nosso cotidiano. Olhando para o seguimento de Jesus Cristo e nos passos de nosso seráfico Pai e de Santa Clara há de construímos uma nova alternativa fortalecendo a nossa missão de sermos profetas e profetisas nesse mundo de hoje em meio a tantos desafios.
As 18 Unidades prestadoras de serviços (Regionais) que compõe a grande Família Franciscana do Brasil, (FFB) relataram suas experiências e atividades diante de tantas realidades urgentes: meio ambiente reciclagem do lixo, presença juntos aos pobres, povos indígenas e outros. Percebe-se também a nossa falta de pertença profunda a família e ausência de engajamento de nossa vida franciscana com as causas sociais que envolvem o povo de Deus, o seja, sermos “sal da terra e luz do mundo”. No entanto, somos convocados/as a sermos presenças que marcam com alegria e simplicidade através do nosso testemunho de vida. Nesta assembléia vivenciamos muitos momentos de luzes, como eleição da nova Coordenação Nacional tendo como nossa Presidente Ir. Maria Petronila Souza Soares (Irmã Nila). A Ela, desejamos as bênçãos de Francisco e Clara e a nossa gratidão por sua alegre disponibilidade, neste serviço generoso em animar a Família Franciscana do Brasil.
É na vida franciscana e a partir de nossa espiritualidade que reconhecemos o rosto de Deus nos excluídos/as. Que esta assembléia realizada nos ensine a cada dia fortalecer nossa resposta de amor e doação, rumo à concretização das prioridades assumidas. Como diz o lema, “não perca de vista seu ponto de partida”!
As 18 Unidades prestadoras de serviços (Regionais) que compõe a grande Família Franciscana do Brasil, (FFB) relataram suas experiências e atividades diante de tantas realidades urgentes: meio ambiente reciclagem do lixo, presença juntos aos pobres, povos indígenas e outros. Percebe-se também a nossa falta de pertença profunda a família e ausência de engajamento de nossa vida franciscana com as causas sociais que envolvem o povo de Deus, o seja, sermos “sal da terra e luz do mundo”. No entanto, somos convocados/as a sermos presenças que marcam com alegria e simplicidade através do nosso testemunho de vida. Nesta assembléia vivenciamos muitos momentos de luzes, como eleição da nova Coordenação Nacional tendo como nossa Presidente Ir. Maria Petronila Souza Soares (Irmã Nila). A Ela, desejamos as bênçãos de Francisco e Clara e a nossa gratidão por sua alegre disponibilidade, neste serviço generoso em animar a Família Franciscana do Brasil.
É na vida franciscana e a partir de nossa espiritualidade que reconhecemos o rosto de Deus nos excluídos/as. Que esta assembléia realizada nos ensine a cada dia fortalecer nossa resposta de amor e doação, rumo à concretização das prioridades assumidas. Como diz o lema, “não perca de vista seu ponto de partida”!
Ir. Francilene Cavalcante, ICMR.
P/ Regional – PA/AP
Belém, PA, 31 de outubro de 2009.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
XV Assembléia Geral Ordinaria da Familia Franciscana do Brasil
Como o Tema: “Dimensão Profética da Missão” e o lema: “Não perca de vista seu ponto de partida”, Aconteceu a XV Assembléia Geral Ordinária da Família Franciscana do Brasil, na casa de Retiro São Francisco em Salvador/BA de 21 a 25 de outubro de 2009. Na Oportunidade foi eleito o novo conselho diretor:
Presidente:
Maria Petronila Souza Soares (Irmã Nila) – SMIC - PA
Vice Presidente:
Maura Lucinda Bichling (Ir. Jacinta) – Francisc. Dillingen – RJ
Conselheiros
Éderson Queiroz – OFMCap – MG
Vanderlei Suélio Gomes – OFS – GO
Francisca Mascilena de Brito (Ir. Maria Flávia) – Francisc. Dillingen – PB
Suplentes
Rubival Cabral Britto– OFMCap – BA
Tarcila Santina Polo (Ir. Carmem) – Franc. Ingolstadt – SP
Conselho Fiscal:
José Cavalcante Beserra OFS – DF
Nivaldo Moreira da Silva OFS – GO
Luzia Pereira Nunes FPCC – DF
Suplente do Conselho Fiscal:
Tereza Albanez – Filhas da Divina Providência - SP
Presidente:
Maria Petronila Souza Soares (Irmã Nila) – SMIC - PA
Vice Presidente:
Maura Lucinda Bichling (Ir. Jacinta) – Francisc. Dillingen – RJ
Conselheiros
Éderson Queiroz – OFMCap – MG
Vanderlei Suélio Gomes – OFS – GO
Francisca Mascilena de Brito (Ir. Maria Flávia) – Francisc. Dillingen – PB
Suplentes
Rubival Cabral Britto– OFMCap – BA
Tarcila Santina Polo (Ir. Carmem) – Franc. Ingolstadt – SP
Conselho Fiscal:
José Cavalcante Beserra OFS – DF
Nivaldo Moreira da Silva OFS – GO
Luzia Pereira Nunes FPCC – DF
Suplente do Conselho Fiscal:
Tereza Albanez – Filhas da Divina Providência - SP
Conselho Diretor da FFB(2009 - 2012)Regional da FFB-RS
Participantes da XV Assembleia da FFB
domingo, 1 de novembro de 2009
Os Santos são o rosto, as mãos e o coração de Deus
O último dia do mês dedicado às missões faz a passagem para a festa de todos os santos. Como esquecer que a verdadeira santidade é aquela que se manifesta na vida dos/as missionários/as, daquelas pessoas que ousam sair do estreito limite dos seus interesses e aproximar-se solidariamente dos últimos; que deixam sua casa, família e amigos para tecer pacientemente os fios que fazem do mundo inteiro uma única família; que vão aos rincões mais distantes para levar a bandeira da paz; que são movidos por uma insaciável sede de justiça; que choram as dores dos povos de todas as cores e provam o fel da violência da perseguição; que transformam a terra pela mansidão? Celebremos e festejemos a alegria de participar de uma imensa caravana de homens e mulheres de todas as raças, nações e línguas que nos precede, nos acompanha e nos segue. E renovemos nosso desejo – que é também resposta a um chamado – de levarmos em nosso corpo as marcas de Jesus Cristo.
“Gente de todas as nações, tribos, povos e línguas”
No último dia 30 recordávamos os 30 anos do assassinato de Santo Dias da Silva, líder cristão e operário, e 463 anos da páscoa de Martinho Lutero, ex-monge católico e reformador da Igreja. Dois homens do seu tempo que, em diferentes lugares e circunstâncias, e também com métodos diferentes, sonharam e lutaram por uma sociedade mais justa e uma Igreja mais fiel a Jesus Cristo. Dois cristãos que tinham fome e sede de justiça e sofreram perseguição. Será que eles não fazem parte da imensa multidão de servos de Deus, cujas frontes foram marcadas com o sinal do Cordeiro?
A festa de todos os santos é a festa que faz memória dos/as esquecidos/as, daqueles/as que não têm um dia especial, nem um nome conhecido; daqueles/as que gastaram a vida no anonimato e cujos milagres não podem ser contabilizados pelas estreitas regras instituídas; de gente como Sepé Tiarajú, Padre Cícero, Romero, Adelaide; e mesmo de que não rezou pelo nosso catecismo, como Lutero, Luther King, Gandhi e tantos outros. É a festa que celebra a memória daqueles/a que nos antecederam na fé e cujo testemunho mantém a Igreja no caminho certo, apesar das suas resistências e ambivalências.
“Desde agora já somos filhos de Deus...”
Mas a celebração de todos os santos não olha somente para o passado. Ela é oportunidade e provocação para refletir sobre a vocação fundamental de todos os cristãos. Se é verdade que a santidade é um caminho estreito e uma vocação exigente, isso não significa que seja reservada a alguns grupos especiais de cristãos. Há mais de 40 anos o Concílio Vaticano II proclamava de forma clara e contundente, contra a idéia predominante, que a santidade não é privilégio dos sacerdotes e religiosos/as. Muito antes, a história já havia comprovado o que foi proclamado solenemente.
Na passagem do milênio, o saudoso João Paulo II provocava os cristãos a não se contentarem com pequenas medidas, com vôos rasantes, com ideais nanicos, e pedia que aspiremos nada menos e nada mais que à santidade. A vocação de todos precisa se transformar em desejo pessoal e em decisões e ações concretas. Como diz São João, nós somos chamados filhos/as de Deus e já o somos desde agora, mas o desafio é crescer na identificação com Jesus Cristo, trazer no corpo e na mente as marcas de Jesus Cristo. “Seremos semelhantes a ele...” E isso não é um simples sentimento.
“Felizes os pobres em espírito...”
Jesus Cristo é o verdadeiro e perfeito santo de Deus e, ao mesmo tempo, o caminho para a santidade. Não há santidade à margem do seguimento de Jesus Cristo, mesmo que tal seguimento seja implícito. Trata-se então de refazer o caminho prático trilhado por Jesus: “amar como Jesus amou; sonhar como Jesus sonhou; pensar como Jesus pensou; viver como Jesus viveu; sentir como Jesus sentia...” Este é o caminho para que, no meio e no fim do dia, no meio e no fim da vida, sejamos felizes. E Jesus propõe nas bem-aventuranças o caminho de santidade que ele mesmo percorreu.
A bela mensagem de Jesus que denominamos bem-aventuranças apresenta as diversas placas que indicam claramente o caminho da santidade. Jesus não fala de oito grupos de pessoas, mas de oito características daqueles/as que percorrem este caminho. E o caminho começa com a pobreza e termina com a perseguição, mas isso não é obstáculo, pois o Reino de Deus é antes de tudo – e no presente! – dos pobres e dos perseguidos. A consolação para os aflitos, a herança para os mansos, a saciedade para os famintos, a misericórdia para os compassivos, a visão de Deus para os puros e a filiação divina para os promotores da paz é promessa para o futuro, mas a alegria sem fim do Reino é experiência concreta dos pobres em espírito e dos perseguidos já no tempo presente.
A santidade à qual todos/as somos chamados/as tem a cara de discípulo, de despojamento solidário; o coração dos/as que se afligem e choram compassivamente as dores dos outros; o ritmo inquieto dos/as que anseiam e pela justiça plena e universal; o olhar terno da misericórdia; a transparência de quem evita a duplicidade e as segundas intenções; a ousadia daqueles/as que promovem a paz; a inegociável alegria de quem assume o custo de ser livre e libertador.
“Felizes os que têm fome e sede de justiça...”
Embora o conceito não goze de muita estima entre nós, os/as santos/as são beatos/as. E isso significa fundamentalmente que o caminho da santidade e o caminho para a felicidade coincidem. Santidade não rima com tristeza e fechamento em si mesmo, mas com felicidade e abertura aos outros. O caminho de Jesus Cristo, a vida e a espiritualidade cristã são propostas de uma felicidade que coincide com a realização da mais profunda vocação humana e que, por isso, é duradoura.
Assim, o caminho que nos conduz à santidade feliz e à felicidade santa está longe de ter as características da passividade ou do afastamento do mundo. Pelo contrário, passa pelo empenhativo distanciamento dos interesses individuais ou dos pequenos grupos; pela partilha da dor e humilhação dos outros; pela mortificante e vivificante fome e sede de justiça; pela prática perseverante da atenção aos mais frágeis; pela superação das palavras e ações ambíguas; pela ativa semeadura da paz em todas as relações; pela firmeza serena nas perseguições.
Está longe do Evangelho uma santidade que se resume em práticas de piedade. Está distante da essência humana uma felicidade baseada no sucesso pessoal e na indiferença em relação à sorte dos semelhantes. Aqueles/as que se vestem de branco e trazem palmas nas mãos são os/as vieram da grande tribulação, que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro, que recriaram sua ação libertadora, que encarnaram o Evangelho no mundo e na própria vida. Felicidade não significa ausência de dificuldades, mas realização plena da nossa vocação. Mais que perfeição, santidade é perseverança no amor e no serviço.
“Seremos semelhantes a ele...”
Jesus é o verdadeiro santo. A ele devemos o louvor, a glória, a sabedoria, a honra, o poder, a força e a ação de graças. A santidade que brilha no rosto, que atua nas mãos e pulsa no coração dessa multidão incontável que nos antecede e nos rodeia são frutos do Espírito de santidade e de verdade que Jesus Cristo derrama sobre a comunidade daqueles/as que o seguem. Se somos filhos/as e herdeiros/as, o somos por adoção e graça, e não por mérito pessoal ou direito adquirido.
A provocação pessoal de Jesus Cristo e o estímulo dessa multidão de vestes brancas que caminha alegre e jubilosa nos coloca e mantém no caminho da santidade. Que nossas roupas marcadas por griffes que diferenciam hierarquizam, sujas pela impureza do nosso pensar e pela ambigüidade do nosso agir, se igualem às do Cordeiro no talhe, na cor e no uso. Que nossas roupas sejam roupas de quem serve, sejam como as vestes de Jesus de Nazaré.
Peçamos a graça de estarmos sempre de pé diante do Cordeiro, rodeados por essa nuvem de testemunhas anônimas de todas as nações, tribos, raças e línguas. Superemos a maliciosa tentação de separar, catalogar e hierarquizar católicos e evangélicos, cristãos e não-cristãos. Que importância têm estas divisões para a eternidade? Permaneçamos de pé e com os rins cingidos, prontos/as para a travessia e para a luta. Que a nossa incrível capacidade de sofrer e nossa inexplicável alegria em meio às intermináveis lutas sejam nossas armas e nosso trunfo. E então estaremos viverendo em comunhão com os santos e santas de Deus.
Pe. Itacir Brassiani msf
“Gente de todas as nações, tribos, povos e línguas”
No último dia 30 recordávamos os 30 anos do assassinato de Santo Dias da Silva, líder cristão e operário, e 463 anos da páscoa de Martinho Lutero, ex-monge católico e reformador da Igreja. Dois homens do seu tempo que, em diferentes lugares e circunstâncias, e também com métodos diferentes, sonharam e lutaram por uma sociedade mais justa e uma Igreja mais fiel a Jesus Cristo. Dois cristãos que tinham fome e sede de justiça e sofreram perseguição. Será que eles não fazem parte da imensa multidão de servos de Deus, cujas frontes foram marcadas com o sinal do Cordeiro?
A festa de todos os santos é a festa que faz memória dos/as esquecidos/as, daqueles/as que não têm um dia especial, nem um nome conhecido; daqueles/as que gastaram a vida no anonimato e cujos milagres não podem ser contabilizados pelas estreitas regras instituídas; de gente como Sepé Tiarajú, Padre Cícero, Romero, Adelaide; e mesmo de que não rezou pelo nosso catecismo, como Lutero, Luther King, Gandhi e tantos outros. É a festa que celebra a memória daqueles/a que nos antecederam na fé e cujo testemunho mantém a Igreja no caminho certo, apesar das suas resistências e ambivalências.
“Desde agora já somos filhos de Deus...”
Mas a celebração de todos os santos não olha somente para o passado. Ela é oportunidade e provocação para refletir sobre a vocação fundamental de todos os cristãos. Se é verdade que a santidade é um caminho estreito e uma vocação exigente, isso não significa que seja reservada a alguns grupos especiais de cristãos. Há mais de 40 anos o Concílio Vaticano II proclamava de forma clara e contundente, contra a idéia predominante, que a santidade não é privilégio dos sacerdotes e religiosos/as. Muito antes, a história já havia comprovado o que foi proclamado solenemente.
Na passagem do milênio, o saudoso João Paulo II provocava os cristãos a não se contentarem com pequenas medidas, com vôos rasantes, com ideais nanicos, e pedia que aspiremos nada menos e nada mais que à santidade. A vocação de todos precisa se transformar em desejo pessoal e em decisões e ações concretas. Como diz São João, nós somos chamados filhos/as de Deus e já o somos desde agora, mas o desafio é crescer na identificação com Jesus Cristo, trazer no corpo e na mente as marcas de Jesus Cristo. “Seremos semelhantes a ele...” E isso não é um simples sentimento.
“Felizes os pobres em espírito...”
Jesus Cristo é o verdadeiro e perfeito santo de Deus e, ao mesmo tempo, o caminho para a santidade. Não há santidade à margem do seguimento de Jesus Cristo, mesmo que tal seguimento seja implícito. Trata-se então de refazer o caminho prático trilhado por Jesus: “amar como Jesus amou; sonhar como Jesus sonhou; pensar como Jesus pensou; viver como Jesus viveu; sentir como Jesus sentia...” Este é o caminho para que, no meio e no fim do dia, no meio e no fim da vida, sejamos felizes. E Jesus propõe nas bem-aventuranças o caminho de santidade que ele mesmo percorreu.
A bela mensagem de Jesus que denominamos bem-aventuranças apresenta as diversas placas que indicam claramente o caminho da santidade. Jesus não fala de oito grupos de pessoas, mas de oito características daqueles/as que percorrem este caminho. E o caminho começa com a pobreza e termina com a perseguição, mas isso não é obstáculo, pois o Reino de Deus é antes de tudo – e no presente! – dos pobres e dos perseguidos. A consolação para os aflitos, a herança para os mansos, a saciedade para os famintos, a misericórdia para os compassivos, a visão de Deus para os puros e a filiação divina para os promotores da paz é promessa para o futuro, mas a alegria sem fim do Reino é experiência concreta dos pobres em espírito e dos perseguidos já no tempo presente.
A santidade à qual todos/as somos chamados/as tem a cara de discípulo, de despojamento solidário; o coração dos/as que se afligem e choram compassivamente as dores dos outros; o ritmo inquieto dos/as que anseiam e pela justiça plena e universal; o olhar terno da misericórdia; a transparência de quem evita a duplicidade e as segundas intenções; a ousadia daqueles/as que promovem a paz; a inegociável alegria de quem assume o custo de ser livre e libertador.
“Felizes os que têm fome e sede de justiça...”
Embora o conceito não goze de muita estima entre nós, os/as santos/as são beatos/as. E isso significa fundamentalmente que o caminho da santidade e o caminho para a felicidade coincidem. Santidade não rima com tristeza e fechamento em si mesmo, mas com felicidade e abertura aos outros. O caminho de Jesus Cristo, a vida e a espiritualidade cristã são propostas de uma felicidade que coincide com a realização da mais profunda vocação humana e que, por isso, é duradoura.
Assim, o caminho que nos conduz à santidade feliz e à felicidade santa está longe de ter as características da passividade ou do afastamento do mundo. Pelo contrário, passa pelo empenhativo distanciamento dos interesses individuais ou dos pequenos grupos; pela partilha da dor e humilhação dos outros; pela mortificante e vivificante fome e sede de justiça; pela prática perseverante da atenção aos mais frágeis; pela superação das palavras e ações ambíguas; pela ativa semeadura da paz em todas as relações; pela firmeza serena nas perseguições.
Está longe do Evangelho uma santidade que se resume em práticas de piedade. Está distante da essência humana uma felicidade baseada no sucesso pessoal e na indiferença em relação à sorte dos semelhantes. Aqueles/as que se vestem de branco e trazem palmas nas mãos são os/as vieram da grande tribulação, que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro, que recriaram sua ação libertadora, que encarnaram o Evangelho no mundo e na própria vida. Felicidade não significa ausência de dificuldades, mas realização plena da nossa vocação. Mais que perfeição, santidade é perseverança no amor e no serviço.
“Seremos semelhantes a ele...”
Jesus é o verdadeiro santo. A ele devemos o louvor, a glória, a sabedoria, a honra, o poder, a força e a ação de graças. A santidade que brilha no rosto, que atua nas mãos e pulsa no coração dessa multidão incontável que nos antecede e nos rodeia são frutos do Espírito de santidade e de verdade que Jesus Cristo derrama sobre a comunidade daqueles/as que o seguem. Se somos filhos/as e herdeiros/as, o somos por adoção e graça, e não por mérito pessoal ou direito adquirido.
A provocação pessoal de Jesus Cristo e o estímulo dessa multidão de vestes brancas que caminha alegre e jubilosa nos coloca e mantém no caminho da santidade. Que nossas roupas marcadas por griffes que diferenciam hierarquizam, sujas pela impureza do nosso pensar e pela ambigüidade do nosso agir, se igualem às do Cordeiro no talhe, na cor e no uso. Que nossas roupas sejam roupas de quem serve, sejam como as vestes de Jesus de Nazaré.
Peçamos a graça de estarmos sempre de pé diante do Cordeiro, rodeados por essa nuvem de testemunhas anônimas de todas as nações, tribos, raças e línguas. Superemos a maliciosa tentação de separar, catalogar e hierarquizar católicos e evangélicos, cristãos e não-cristãos. Que importância têm estas divisões para a eternidade? Permaneçamos de pé e com os rins cingidos, prontos/as para a travessia e para a luta. Que a nossa incrível capacidade de sofrer e nossa inexplicável alegria em meio às intermináveis lutas sejam nossas armas e nosso trunfo. E então estaremos viverendo em comunhão com os santos e santas de Deus.
Pe. Itacir Brassiani msf
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
O desejo de Maria é que o povo brasileiro viva bem.
(Est 5,1-2; 7,2-3; Sl 44/45; Ap 12,1-16; Jo 2,1-11)
Nesta segunda semana do mês de outubro, dedicado à animação missionária das comunidades cristãs, temos a esperada festa de Nossa Senhora Aparecida, a Mãe Negra desse país multicultural mas não totalmente livre da praga do racismo. Mergulhemos no acontecimento da Mãe Aparecida deixando-nos iluminar e orientar pela Palavra de Deus, dispostos a acolher o que quer nos ensinar sobre a missão nos tempos atuais. Não seria tempo de proclamar de muitos modos que as talhas de pedra do sistema néo-liberal estão vazias e a festa terminou antes do tempo? Que o cumprimento cego das leis de mercado favoreceram apenas a festa ostensiva de alguns à custa da miséria de muitos? Que os migrantes, especialmente os negros, são barrados nas fronteiras dos países que no passado couparam suas terras e os trataram como mercadorias? Que não há futuro fora da solidariedade fraterna?
“E a mãe de Jesus estava aí...”
O evangelista João nos lembra discretamente que naquele tempo houve um casamento em Caná e Jesus, sua mãe e seus discípulos estavam lá. É uma lembrança da presença discreta e anônima de Jesus, mediante seu Espírito, nas idas e vindas, subidas e descidas da caminhada da humanidade. E a afirmação da presença igualmente discreta e maternalmente ativa de Maria nos caminhos e descaminhos da humanidade.
Ao longo da história do cristianismo o povo de Deus soube captar essa presença em inúmeros momentos. E descobriu os traços de uma mulher que se apresenta como discípula do próprio filho, como mãe da comunidade fiel, como companheira de viagem, como consoladora dos aflitos, como conselheira admirável, como estrela de uma manhã radiosa, como arca da aliança entre povos divididos, como mediadora de um Deus que age sempre com gratuidade.
É importante sublinhar que essa presença de Maria não é de modo nenhum externa à comunidade eclesial. Ela não está nem fora e nem acima da Igreja. O lugar de Maria é junto aos discípulos e discípulas, escutando e ensinando, precedendo e acompanhando, lutando e celebrando, caminhando com seus passos lentos mas sempre firmes, mesmo quando os ventos sopram noutra direção. Tanto quanto mãe da Igreja, Maria é seu símbolo mais completo e eloquente.
“Eles não têm mais vinho!”
Os supermercados abarrotados de mercadorias e as vitrines com suas novidades sedutoras querem nos convencer de que o mundo vai muito bem. As festas e feiras que se multiplicam reforçam a impressão de que nada falta a ninguém. Corremos o risco de convencermo-nos de que o Mercado é o bom pastor e a quem se entrega a ele nada faltará. Embriagados pela sede de consumo e pela fome de lucro, os ‘sacerdotes’ do sistema se imaginam caminhando por prados e campinas verdejantes, longe do grito dos oprimidos e da poluição que destrói o mundo em ritmo galopante.
Maria gosta de ser discreta mas não aceita ser indiferente. Mesmo quando ninguém vê ou não quer ver que falta vinho e vida, ela ousa falar: “Eles não têm mais vinho...” Maria vê que nem todos têm acesso à festa da vida e compreende que a orgia dos opressores e indiferentes não pode durar para sempre. Somente a misericórdia de Deus deve se estender de geração em geração. Maria nos mostra que, por mais chato que possa parecer, faz parte do cômpito dos missionários/as alertar para a falência dos sistemas que confiam cegamente na concorrência e no acúmulo e denunciar a carência desumana à qual grandes multidões estão acorrentadas.
Como mãe e intercessora, Maria se dirige a Jesus e pede sua intervenção. E nem sempre faz isso usando palavras. O povo brasileiro soube entender que, ao assumir a cor escura dos corpos dos negros escravizados como máquinas de produção, Maria estava gritando a dignidade dos escravos e denunciando a falência dos sistema escravagista. Quando até os discípulos de seu Filho escravizavam os negros em seus templos e fazendas, Maria se fez presente na dor e na cor própria deles. Esse foi seu grito profético para dizer que faltava vinho e sobrava suor e sangue derramados em benefício de uns poucos.
“Façam o que ele mandar...”
Como missionários e missionárias, podemos aprender com Maria. É verdade que estão sempre presentes os riscos de pensar e desenvolver a missão como um projeto de tutela de um povo considerado sempre menor e inferior; ou como uma empresa colonialista ou desenvolvimentista que confunde modernização técnica com humanização; ou ainda como um projeto doutrinal e fundamentalista, centrado na Igreja e nas suas leis e tradições, com o objetivo central de expandir a Igreja e não de servir ao povo.
Maria nos ensina que precisamos basicamente lembrar ao povo que a única alternativa para as falências e carências da nossa sociedade é fazer o que Jesus pede. O caminho da liberdade pessoal e social é a palavra-ação de Jesus Cristo: a abertura à intervenção criadora de Deus; a confiança na própria dignidade e na própria capacidade; a solidariedade e a colaboração com os outros; a convicção de que tudo aquilo que é feito em vista do bem dos outros produz seus frutos, cedo ou tarde.
“Façam o que ele mandar...” É isso os missionários/as precisamos lembrar e relembrar ao mundo. Não podemos esquecer, porém, de cumprir pessoalmente esse mandato de Maria. Sabemo-nos radicalmente comprometidos com o caminho trilhado e indicado pelo Mestre, com sua Palavra de vida e, por isso, não nos preocupamos apenas em anunciar, mas também em testemunhar com a vida aquilo que cremos e propomos e ajudar a realizá-lo com as próprias mãos.
“O meu desejo é a vida do meu povo...”
Sempre me intrigaram as palavras do Salmo 44/45 aplicadas a Maria: “Esqueça o seu povo e a casa do seu pai, pois o rei se apaixonou pela sua beleza.” Não me soa bem o pedido para esquecer o próprio povo, renegar as próprias origens. Mas no horizonte da espiritualidade missionária essas palavras adquirem sentido. Quem tem entranhas missionárias é capaz de tomar distância da casa e dos apelos dos pais e dos filhos, da comunidade e da etnia para fazer-se próximo daqueles que estão longe, irmão ou irmã dos últimos. É isso que nos ensina Maria em sua manifestação nas águas do rio Parnaíba.
A atitude da rainha Ester é o protótipo desenvolvido por Maria, modelo e inspiração para os/as missionários/as. O rei lhe dissera para pedir aquilo que desejasse e ele lhe daria, mesmo que fosse a metade do seu reino. E Ester respondeu decidamente: “O meu desejo é a vida do meu povo!” Nem honra, nem sucesso, nem riqueza, nem vida longa para si mesma, nem bênção para os grandes: respeito à dignidade e possibilidades de vida abundante para o povo. Para os/as missionários/as vida do povo deve estar acima tudo, mesmo acima do crescimento da Igreja e dos seus direitos frente aos estados.
“Jesus desceu para Cafarnaum com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos”
Maria pediu e os servidores fizeram o que Jesus solicitou, mesmo não compreendendo o sentido e até desconfiando da eficácia do que faziam. O resultado foi vinho bom e abundante, fraternidade e alegria duradouras, o reino de Deus chegando antecipadamente em forma de sacramento. Assim, a missão tem o objetivo ajudar os povos a descobrirem seus próprios recursos e possibilidades de gerar vida e torná-la abundante.
A narração de São João termina lembrando que esse foi o primeiro sinal realizado por Jesus e que, em seguida, ele desce para Cafarnaum com sua mãe, seus familiares e seus discípulos. É importante observar que nesse momento importante da missão de Jesus estão juntos a comunidade e a família. Fica a impressão de que os/as discípulos/as e missionários/as de Jesus fazem parte de sua família e precisam fazer o possível para envolver seus próprios familiares nessa aventura de fé.
Finalmente, lembremos que o caminho de Caná para Cafarnaum é uma descida. Essa descida é tão eloquente como a transformação da água em vinho. A descida do extraordinário para o cotidiano anônimo, o processo de encarnação é absolutamente essencial para a missão em todos os tempos. Como povo brasileiro temos o direito de curtir a nomeação para sediar a copa do mundo em 2014 e os jogos olímpicos em 2016, mas não podemos esquecer o cotidiano desafio de gerar um país mais justo.
Pe. Itacir Brassiani msf
(Est 5,1-2; 7,2-3; Sl 44/45; Ap 12,1-16; Jo 2,1-11)
Nesta segunda semana do mês de outubro, dedicado à animação missionária das comunidades cristãs, temos a esperada festa de Nossa Senhora Aparecida, a Mãe Negra desse país multicultural mas não totalmente livre da praga do racismo. Mergulhemos no acontecimento da Mãe Aparecida deixando-nos iluminar e orientar pela Palavra de Deus, dispostos a acolher o que quer nos ensinar sobre a missão nos tempos atuais. Não seria tempo de proclamar de muitos modos que as talhas de pedra do sistema néo-liberal estão vazias e a festa terminou antes do tempo? Que o cumprimento cego das leis de mercado favoreceram apenas a festa ostensiva de alguns à custa da miséria de muitos? Que os migrantes, especialmente os negros, são barrados nas fronteiras dos países que no passado couparam suas terras e os trataram como mercadorias? Que não há futuro fora da solidariedade fraterna?
“E a mãe de Jesus estava aí...”
O evangelista João nos lembra discretamente que naquele tempo houve um casamento em Caná e Jesus, sua mãe e seus discípulos estavam lá. É uma lembrança da presença discreta e anônima de Jesus, mediante seu Espírito, nas idas e vindas, subidas e descidas da caminhada da humanidade. E a afirmação da presença igualmente discreta e maternalmente ativa de Maria nos caminhos e descaminhos da humanidade.
Ao longo da história do cristianismo o povo de Deus soube captar essa presença em inúmeros momentos. E descobriu os traços de uma mulher que se apresenta como discípula do próprio filho, como mãe da comunidade fiel, como companheira de viagem, como consoladora dos aflitos, como conselheira admirável, como estrela de uma manhã radiosa, como arca da aliança entre povos divididos, como mediadora de um Deus que age sempre com gratuidade.
É importante sublinhar que essa presença de Maria não é de modo nenhum externa à comunidade eclesial. Ela não está nem fora e nem acima da Igreja. O lugar de Maria é junto aos discípulos e discípulas, escutando e ensinando, precedendo e acompanhando, lutando e celebrando, caminhando com seus passos lentos mas sempre firmes, mesmo quando os ventos sopram noutra direção. Tanto quanto mãe da Igreja, Maria é seu símbolo mais completo e eloquente.
“Eles não têm mais vinho!”
Os supermercados abarrotados de mercadorias e as vitrines com suas novidades sedutoras querem nos convencer de que o mundo vai muito bem. As festas e feiras que se multiplicam reforçam a impressão de que nada falta a ninguém. Corremos o risco de convencermo-nos de que o Mercado é o bom pastor e a quem se entrega a ele nada faltará. Embriagados pela sede de consumo e pela fome de lucro, os ‘sacerdotes’ do sistema se imaginam caminhando por prados e campinas verdejantes, longe do grito dos oprimidos e da poluição que destrói o mundo em ritmo galopante.
Maria gosta de ser discreta mas não aceita ser indiferente. Mesmo quando ninguém vê ou não quer ver que falta vinho e vida, ela ousa falar: “Eles não têm mais vinho...” Maria vê que nem todos têm acesso à festa da vida e compreende que a orgia dos opressores e indiferentes não pode durar para sempre. Somente a misericórdia de Deus deve se estender de geração em geração. Maria nos mostra que, por mais chato que possa parecer, faz parte do cômpito dos missionários/as alertar para a falência dos sistemas que confiam cegamente na concorrência e no acúmulo e denunciar a carência desumana à qual grandes multidões estão acorrentadas.
Como mãe e intercessora, Maria se dirige a Jesus e pede sua intervenção. E nem sempre faz isso usando palavras. O povo brasileiro soube entender que, ao assumir a cor escura dos corpos dos negros escravizados como máquinas de produção, Maria estava gritando a dignidade dos escravos e denunciando a falência dos sistema escravagista. Quando até os discípulos de seu Filho escravizavam os negros em seus templos e fazendas, Maria se fez presente na dor e na cor própria deles. Esse foi seu grito profético para dizer que faltava vinho e sobrava suor e sangue derramados em benefício de uns poucos.
“Façam o que ele mandar...”
Como missionários e missionárias, podemos aprender com Maria. É verdade que estão sempre presentes os riscos de pensar e desenvolver a missão como um projeto de tutela de um povo considerado sempre menor e inferior; ou como uma empresa colonialista ou desenvolvimentista que confunde modernização técnica com humanização; ou ainda como um projeto doutrinal e fundamentalista, centrado na Igreja e nas suas leis e tradições, com o objetivo central de expandir a Igreja e não de servir ao povo.
Maria nos ensina que precisamos basicamente lembrar ao povo que a única alternativa para as falências e carências da nossa sociedade é fazer o que Jesus pede. O caminho da liberdade pessoal e social é a palavra-ação de Jesus Cristo: a abertura à intervenção criadora de Deus; a confiança na própria dignidade e na própria capacidade; a solidariedade e a colaboração com os outros; a convicção de que tudo aquilo que é feito em vista do bem dos outros produz seus frutos, cedo ou tarde.
“Façam o que ele mandar...” É isso os missionários/as precisamos lembrar e relembrar ao mundo. Não podemos esquecer, porém, de cumprir pessoalmente esse mandato de Maria. Sabemo-nos radicalmente comprometidos com o caminho trilhado e indicado pelo Mestre, com sua Palavra de vida e, por isso, não nos preocupamos apenas em anunciar, mas também em testemunhar com a vida aquilo que cremos e propomos e ajudar a realizá-lo com as próprias mãos.
“O meu desejo é a vida do meu povo...”
Sempre me intrigaram as palavras do Salmo 44/45 aplicadas a Maria: “Esqueça o seu povo e a casa do seu pai, pois o rei se apaixonou pela sua beleza.” Não me soa bem o pedido para esquecer o próprio povo, renegar as próprias origens. Mas no horizonte da espiritualidade missionária essas palavras adquirem sentido. Quem tem entranhas missionárias é capaz de tomar distância da casa e dos apelos dos pais e dos filhos, da comunidade e da etnia para fazer-se próximo daqueles que estão longe, irmão ou irmã dos últimos. É isso que nos ensina Maria em sua manifestação nas águas do rio Parnaíba.
A atitude da rainha Ester é o protótipo desenvolvido por Maria, modelo e inspiração para os/as missionários/as. O rei lhe dissera para pedir aquilo que desejasse e ele lhe daria, mesmo que fosse a metade do seu reino. E Ester respondeu decidamente: “O meu desejo é a vida do meu povo!” Nem honra, nem sucesso, nem riqueza, nem vida longa para si mesma, nem bênção para os grandes: respeito à dignidade e possibilidades de vida abundante para o povo. Para os/as missionários/as vida do povo deve estar acima tudo, mesmo acima do crescimento da Igreja e dos seus direitos frente aos estados.
“Jesus desceu para Cafarnaum com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos”
Maria pediu e os servidores fizeram o que Jesus solicitou, mesmo não compreendendo o sentido e até desconfiando da eficácia do que faziam. O resultado foi vinho bom e abundante, fraternidade e alegria duradouras, o reino de Deus chegando antecipadamente em forma de sacramento. Assim, a missão tem o objetivo ajudar os povos a descobrirem seus próprios recursos e possibilidades de gerar vida e torná-la abundante.
A narração de São João termina lembrando que esse foi o primeiro sinal realizado por Jesus e que, em seguida, ele desce para Cafarnaum com sua mãe, seus familiares e seus discípulos. É importante observar que nesse momento importante da missão de Jesus estão juntos a comunidade e a família. Fica a impressão de que os/as discípulos/as e missionários/as de Jesus fazem parte de sua família e precisam fazer o possível para envolver seus próprios familiares nessa aventura de fé.
Finalmente, lembremos que o caminho de Caná para Cafarnaum é uma descida. Essa descida é tão eloquente como a transformação da água em vinho. A descida do extraordinário para o cotidiano anônimo, o processo de encarnação é absolutamente essencial para a missão em todos os tempos. Como povo brasileiro temos o direito de curtir a nomeação para sediar a copa do mundo em 2014 e os jogos olímpicos em 2016, mas não podemos esquecer o cotidiano desafio de gerar um país mais justo.
Pe. Itacir Brassiani msf
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Carta a Francisco de Assis
Por ocasião dos 800 anos do aniversário da fundação da ordem franciscana, Francisco J. Castro Miramontes, escreve uma carta a São Francisco de Assis, relatando suas preocupações, decepções, alegrias e esperanças.
Francisco J. Castro Miramontes é sacerdote franciscano, Licenciado em Direito Civil e Canônico e Diplomado em Sagrada Escritura. Miramontes é o delegado de Justicia y Paz da ordem franciscana e responsável pelo Lar de Espiritualidade São Francisco de Assis, que acolhe peregrinos, em Santiago de Compostela. É também autor de, entre outros livros, Alter Christus. Francisco de Asís, signo del amor. Madrid: Editorial San Pablo, 2009.
Eis a Carta a Francisco de Assis, escrita por Francisco Castro Miramontes e publicada no sítio espanhol Religión Digital, 16-04-2009. A tradução é do Cepat.
Irmão Francisco: paz e bem. Já se passaram quase oito séculos e ainda continuamos a recordar teu nome, mesmo quando certamente terias preferido passar de maneira discreta pela história, porque na realidade eras, de coração, um cidadão do céu. Quase oitocentos anos ao longo dos quais a Humanidade continuou seu curso e voltamos a cair nos graves erros da tua época. De fato, continuamos a ver em ti, homem do teu tempo, curtido na lida cotidiana em um meio cultural, político, religioso e econômico determinado, alguém que tem muito a dizer-nos hoje. Nesse sentido, está claro que não perdeste nem um pouquinho de atualidade, de novidade e de originalidade.
Mas, ao mesmo tempo em que constato isto, nem por isso deixo de sentir uma espécie de saudade, e ao mesmo tempo de tristeza. Me explico. Sentimos saudades de alguém, de algo, de algum lugar, que identificamos como único, belo, essencial em nossas vidas. E o fazemos precisamente porque tememos tê-lo perdido, ou que já não volta mais, ou que nada volta a ser o mesmo. Minha saudade de ti consiste talvez em que sinto que a tua história de amor ficou empacada, estancada, perdida, como se tratasse de uma ilha, no oceano imenso da história, como se o que tu viveste já não pudesse ser vivido hoje, ao menos não da mesma maneira e com a mesma intensidade. E me refiro não à tua vida concreta que, ao fim e ao cabo, é única e irrepetível, mas à tua experiência de amor solidário e generoso, teu compromisso desde e pela paz, que hoje tanto necessitamos.
A saudade é positiva se nos faz renascer para o que há de melhor em nós mesmos, mesmo que seja a força de idealizar e sonhar com o belo. A tristeza me brota – te confesso – porque comprovo que o ser humano de hoje, na realidade, não evoluiu. É verdade que a tecnologia é deslumbrante. Certamente, te sobressaltava comprovar como se avançou no aspecto da técnica ou da medicina, mas de um modo injusto, já que convertemos o mundo num gigantesco leprosário no qual marginalizamos centenas de milhões de pessoas que necessitam sobreviver (e às vezes nem sequer isso) em meio aos açoites insultantes da miséria. Sim, sem dúvida, tu, hoje, novamente estarias aí, junto destes novos “leprosos”.
O grande avanço, o progresso do qual os políticos tanto falam, na realidade é um pouco fictício. Para algumas pessoas a vida é um pouco mais cômoda, têm (temos) muitos meios materiais, mas o coração continua sendo o mesmo, aquele que tu conheceste em teu tempo. As diferenças, aqui, são de mero matiz. No teu tempo vestias de um jeito, viajavas a cavalo, não tinhas televisão nem internet, mas o coração humano podia chegar a ser imensamente mesquinho, como hoje. A verdadeira revolução, a do coração, iniciada por teu Jesus e continuada por ti, ainda está inconclusa. É um grande fracasso, mas ao mesmo tempo também um estímulo para continuar construindo sonhos e esperanças, porque, como podes comprovar, ainda está quase tudo por fazer. É certo que houve belos acontecimentos, que o bem continua abrindo espaço no meio da história, que há pessoas maravilhosas que se parecem muito contigo, mas o mal segue sendo contumaz e resiste em abandonar o coração humano, em cuja terra brotam todas as sementes de confronto e violência. Das guerras de nosso tempo não quero nem te falar, de tantas formas de guerra muito mais cruentas que as de teu tempo, porque hoje é muito fácil matar: que horror!
Tua família religiosa – ainda que não quiseste fundar nada por não se sentir digno – foi e continua sendo, muito próspera, mesmo que tenha sido uma história de luzes e sombras, de luta para conquistar um belo ideal ao mesmo tempo que a realidade concreta se nos impõe uma realidade cheia de contradições e infidelidades. Hoje existem não sei quantos movimentos religiosos e culturais que seguem o teu caminho. A Igreja beatificou e canonizou várias centenas de seguidores teus (perdoa; seguidores do Evangelho). Também teus filhos e filhas ofereceram seu sangue em martírio, sem olhar para trás, sentindo-se herdeiros do Reino dos Céus, com essa liberdade da qual tu falavas com frequência, aquela que nos leva a fazer só aquilo que é contrário “à nossa alma”. E no meio do mar do mundo continuamos a nos referir à tua “perfeita alegria”, aquela que expressaste ao Irmão Leone a caminho de Santa Maria, quando o tempo piorava e confabulavam com o cansaço e a fome. Chegar à porta da tua casa e não ser recebido devia ser acatado com paciência, a ciência da paz, vencendo-se a si mesmo. É aí, na adversidade, onde vence a humildade da pessoa pacífica e enamorada da vida. Viver comprometidos com o amor é uma aposta na verdade caritativa que tu aprendeste na escola de Jesus de Nazaré.
A Igreja atual continua sendo, em parte, a Igreja do teu tempo, porque é formada por homens e mulheres frágeis. Ela está sendo muito criticada, ma não se quer ver mais do que aquilo que interessa ver. Graças a Deus – a quem tu tantas vezes davas graças por tudo e apesar de tudo – seguem se produzindo no seio da Igreja muitos gestos de entrega generosa pela causa do Evangelho, nem sempre compreendidos por algumas pessoas, e pelos poderes deste mundo, que não desejam ter próximos testemunhas da verdade, por medo de que descubram muitas mentiras sobre as quais se apóia este mundo.
Continua-se a falar de ti – e já sei que isso não lhe agrada muito –, vencedor de vaidades e prepotências, como um homem de coração nobre e espírito humilde, como um grande amante da criação, como testemunha e portador da paz. Anualmente, acodem a Assis, e a outros lugares que guardam a tua memória, muitíssimas pessoas provenientes do mundo inteiro. Por que será? Te lembro aqui as palavras daquele irmão teu que te perguntava por que todos iam ao teu encontro, se na realidade tu eras o contrário do paradigma de herói do teu tempo. A tua resposta foi simples e realista: porque Deus conhecia teu pecado e quis manifestar-se, como sempre, através de um homem frágil e consciente de suas limitações. “O homem é o que são os olhos de Deus, e isso basta”, costumavas dizer. Estavas muito consciente da tua indigência, mas também do grande amor de Deus para com as criaturas.
Te confesso também que em certo modo hoje voltamos a te decepcionar, posto que nos tornamos muito acomodados e pouco comprometidos. Inclusive te “sequestramos”, porque falamos muito de ti, em homenagem a ti erguemos monumentos e majestosos prédios, teu nome está em ruas e até há cidades que tem o teu nome. Plasmarei aqui, por escrito, o que tu dizias: “Os santos fazem as obras, e nós, ao narrá-las queremos receber honra e glória”. Talvez seja assim. É mais fácil falar dos outros do que fazer da própria vida um caminho de encontro com Deus e a bondade. (...).
Dizem que um dos personagens mais conhecidos da história do século XX chegou a dizer – depois de liderar uma revolução – que na realidade ele teria necessitado de uma dúzia de “Franciscos de Assis” para que se tivesse realizado o sonho. Afinal, o lobo que mora em nós sai feito bicho selvagem à procura de quem devorar. Tu foste um rebelde, um revolucionário do coração, e hoje te lembramos por isso, e eu, pessoalmente, te agradeço por isso. Sabes que em minha vida tu és muito importante. Cada vez que dirijo meus passos, caminhando pela rua que leva teu nome, para o convento de São Francisco de Santiago de Compostela, e contemplo a tua efígie de braços abertos no “monumento”, reconheço que me dá a impressão de que a pedra me sorri, de que tu estás presente, na pedra moldada, na água da chuva, nos pássaros que cantam, nos viandantes... na vida, no amor, na paz e na esperança.
Quero concluir esta improvisada carta de amigo, de irmão, com uma oração, para que a recitemos juntos. Trata-se da “oração da paz”, composta muito tempo depois de ti, mas que sem dúvida reflete perfeitamente o teu espírito e estilo de vida. Ficamos combinados para um novo encontro, quando Deus quiser. Já tenho vontade de estar contigo. Até sempre, Francisco, “boamente”:
“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna”.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz
Brasília – DF, 24 de setembro de 2009
PS – nº 0669/09
Excelentíssimo Senhor
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil
Nós, agentes de pastoral, coordenadores e coordenadoras nacionais e regionais, assessores e bispos referenciais das pastorais sociais, presentes no Encontro Nacional das Pastorais Sociais da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através deste comunicado, solidarizamo-nos com as centenas de famílias acampadas, algumas delas há muitos anos, às margens das estradas em todo o território brasileiro.
A Constituição Brasileira determina que uma propriedade cumpra sua função social para que o seu proprietário continue tendo direito de posse sobre ela. Segundo a Constituição, os índices de produtividade determinam se uma propriedade é produtiva ou não. De acordo com a Lei, estes dados deveriam ser atualizados periodicamente, levando em conta os avanços tecnológicos e o emprego de novos conhecimentos na produção agrícola.
No início do mês de agosto, Vossa Excelência afirmou que, num prazo máximo de 15 dias, iria atualizar os índices de produtividade da terra, o que representaria avanço no processo de reforma agrária no Brasil. Com esta atualização, os órgãos responsáveis pela reforma agrária passam a ter mais agilidade e ferramentas para determinar que as propriedades cumpram sua função social ou venham a ser desapropriadas para fins de reforma agrária.
A sociedade tem assistido os ataques ao Governo por parte de latifundiários contrários à atualização desses índices. O próprio Ministério da Agricultura se recusou a assinar a portaria interministerial determinada pelo senhor Presidente da República.
Os índices de produtividade utilizados pelo INCRA a partir de dados do IBGE de 1975 estão defasados. Por isso, a atualização dos índices de produtividade é pauta de mobilização dos movimentos de luta pela terra, e do Fórum Nacional de Reforma Agrária.
As Pastorais Sociais compartilham a convicção de que a reforma agrária contribui para a superação da situação de miséria e abandono dos acampados, muitos deles crianças e idosos. Sobretudo, permite destinar as terras, prioritariamente, para a produção de alimentos e a preservação ambiental.
Reafirmando nosso compromisso com o povo do campo, os indígenas, as comunidades negras e quilombolas, que lutam cotidianamente pela democratização da terra, solicitamos a Vossa Excelência, em cumprimento do que estabelece a Constituição Federal, a assinatura do decreto que atualiza os índices de produtividade no campo.
Na oportunidade, expressamos a Vossa Excelência os sentimentos de grande respeito, apreço e confiança.
Fraternalmente,
Dom Pedro Luiz Stringhini
Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral
para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Acampamento Farroupilha e Acampamento dos Farrapos
Os farrapos de hoje estão acampados, sim, mas na beira de estradas. São os Sem Terra e os Índios, que não tem para onde ir.Quando se ouve falar em “acampamento farroupilha”, não se tem dúvida de que se trata de um período específico em que grupos tradicionalistas se acampam em parques e praças para cultuar algumas das tradições que fazem parte da vida e da história do Rio Grande do Sul. É a chamada Semana Farroupilha dedicada ao resgate histórico de alguns elementos e fatos da Revolução Farroupilha e às homenagens póstumas para alguns de seus personagens. Enfim, no Rio Grande do Sul, praticamente todos sabemos como é este período próximo ao dia 20 de setembro. Todos os anos têm o Acampamento Farroupilha.Na verdade, o Acampamento Farroupilha é uma experiência diferente do cotidiano da maioria absoluta do povo gaúcho. E revive um modo de vida que talvez não tenha sido experimentado por uma grande parte das gerações passadas. O modo de vida simples, campeiro está associado ao trabalho. É um cotidiano de lida no campo. Mas, quem faz esses acampamentos hoje em dia, simplesmente passam lá um tempo de férias e farras e não necessariamente revivem a vida simples de trabalho no campo. Contudo, enfim, o Acampamento Farroupilha tem o seu valor, porque ajuda a preservar certos costumes e resgatar alguns valores e princípios da vida do povo gaúcho. Além disso, o Acampamento Farroupilha também contribui para o exercício de relações fraternas entre as pessoas.Mas, já que se fala em acampamento, precisamos lembrar que em nosso Estado também tem o “Acampamento dos Farrapos”. Sabemos que o termo farrapo era, inicialmente, pejorativo. Para deslegitimar a causa do movimento republicano, os imperiais procuravam desprezá-los e deprimi-los como pessoas, aplicando neles a alcunha de farrapos. Hoje não é diferente. Quando as classes mais pobres se organizam e lutam por seus direitos, também recebem denominações deprimentes. É o caso bem próprio hoje dos trabalhadores Sem Terra.O Movimento dos Sem Terra reúne pessoas marginalizadas, oprimidas e resgata nelas a dignidade e o encorajamento para lutarem por seus direitos e alcançar uma vida digna. Mas, aqueles que se sentem “ameaçados”, que tem medo da justiça e da igualdade e não querem perder seus privilégios, eles também procuram deprimir a imagem de quem luta por seus direitos. É muito comum os pobres organizados, seja na luta por trabalho, emprego, terra, educação, saúde, moradia, questão de gênero ou étnica, serem tratados por termos pejorativos, como por exemplo, “vagabundos e baderneiros”. É uma forma que as elites encontram para deslegitimar a causa dos movimentos populares. A mídia e, infelizmente, alguns setores da educação, da religião e da cultura contribuem muito para isso e viram instrumentos de desrespeito.Os Povos Indígenas sofreram muito este tipo de preconceito. Até as gerações de hoje, foram educadas numa tremenda campanha contra os Índios. Da mesma forma os Afrodescendentes, sempre tiveram seu modo de vida, sua cultura e religiosidade depreciada como uma tentativa de deslegitimar suas lutas por liberdade, igualdade e inclusão na vida social. Enfim, os pobres, de todas as etnias, na sociedade brasileira passam por isso, especialmente quando se organizam para combater a discriminação e as injustiças.Podemos dizer que os farrapos de hoje não estão nos CTGs e tão pouco nos acampamentos farroupilhas. Eles estão acampados, sim, mas na beira de estradas. São os Sem Terra e os Índios, que não tem para onde ir. Os Negros nos quilombos, com suas terras reduzidas pela ambição e sempre à espera que a sociedade os respeite verdadeiramente.O Brasil é uma nação rica, mas esquece que sua riqueza foi extraída e construída sob as terras dos Povos Indígenas e com o suor dos Afrodescendentes. Nossa sociedade também esquece que os pobres que clamam por terra e trabalho, são herdeiros de uma Pampa pobre e explorada. Onde alguns se apropriaram das terras, do ouro e da prata e agora se arrogam donos do que roubaram, desprezam os pobres e desqualificam suas lutas e seus objetivos, tal e qual faziam os imperialistas contra os farrapos.Talvez um dia, nosso Estado e nosso País possam celebrar a conquista dos ideais dos Índios, Negros, Sem Terra, Sem Teto, Jovens, Mulheres e de todos que clamam por “Liberdade, Igualdade e Humanidade”, como ostenta a Bandeira Republicana do Rio Grande do Sul.
Pilato Pereira
www.olharecologico.blogspot.com
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
sábado, 5 de setembro de 2009
Paulino Chaves, 291 Caixa Postal 35 90640-200
PORTO ALEGRE–RS – BRASIL
Fone - sede: (51) 3223 2800 - E-mail: ffb.rrs@gmail.com
Coord.: Ir. Rosália Sehnem – PCC Fone/fax: 51-3443-9369
Coord.: Ir. Rosália Sehnem – PCC Fone/fax: 51-3443-9369
Email: rosaliasehnem@yahoo.com.br
Estimados Irmãos e estimadas Irmãs,
Gerais, Provinciais,
Ministros e Ministras das três Ordens franciscanas
e coordenadores/as dos Serviços e Núcleos da FFB-RS,
Estimados Irmãos e estimadas Irmãs,
Gerais, Provinciais,
Ministros e Ministras das três Ordens franciscanas
e coordenadores/as dos Serviços e Núcleos da FFB-RS,
PAZ E BEM!
Com alegria vimos mediante esta comunicar-lhe da
Assembléia Anual Eletiva da Família Franciscana do RS,
a ser celebrada sob o tema “Vida e Missão Franciscana”,
a realizar-se no Centro de Espiritualidade São Lourenço de Brindise (Convento dos Freis Capuchinhos), situado à Rua Paulino Chaves, 291 – Bairro Santo Antônio, Porto Alegre, no dia 14 de setembro, com início ás 08:30h e término previsto para as 16:30h.
Proposta de pauta: 08:30h ás 16:30h
1. Acolhida e celebração Eucarística
2. Reflexão sobre o tema: ”Vida e Missão Franciscana”
3. Palavra de representante da Coordenação Nacional da FFB
4. Partilha dos Serviços
5. Definição das Prioridades 2009-2011
6. Comunicações
7. Encaminhamentos finais
Queremos alegrar-nos mutuamente com a vinda e participação de representantes de todas as entidades religiosas franciscanas presentes e atuantes no RS e de representantes dos diversos Serviços e Núcleos da FFB-RS, bem como de um representante da Coordenação da FFB nacional neste momento de celebração e avaliação da caminhada realizada neste ano. Também queremos projetar as atividades para o próximo biênio, bem como eleger a nova diretoria para a coordenação da FFB-RS.
Obs.: * Em caso de impossibilidade da presença de titular da entidade, favor indicar outra pessoa a representá-la.
* A diária local, incluindo almoço e lanche, o valor é R$ 20,00.
* A diária completa, incluindo hospedagem, o valor é R$ 50,00.
Ir. Rosália Sehnem, PCC
Coordenadora da FFB-RS
Porto Alegre, 02 de julho de 2009.
Assembléia Anual Eletiva da Família Franciscana do RS,
a ser celebrada sob o tema “Vida e Missão Franciscana”,
a realizar-se no Centro de Espiritualidade São Lourenço de Brindise (Convento dos Freis Capuchinhos), situado à Rua Paulino Chaves, 291 – Bairro Santo Antônio, Porto Alegre, no dia 14 de setembro, com início ás 08:30h e término previsto para as 16:30h.
Proposta de pauta: 08:30h ás 16:30h
1. Acolhida e celebração Eucarística
2. Reflexão sobre o tema: ”Vida e Missão Franciscana”
3. Palavra de representante da Coordenação Nacional da FFB
4. Partilha dos Serviços
5. Definição das Prioridades 2009-2011
6. Comunicações
7. Encaminhamentos finais
Queremos alegrar-nos mutuamente com a vinda e participação de representantes de todas as entidades religiosas franciscanas presentes e atuantes no RS e de representantes dos diversos Serviços e Núcleos da FFB-RS, bem como de um representante da Coordenação da FFB nacional neste momento de celebração e avaliação da caminhada realizada neste ano. Também queremos projetar as atividades para o próximo biênio, bem como eleger a nova diretoria para a coordenação da FFB-RS.
Obs.: * Em caso de impossibilidade da presença de titular da entidade, favor indicar outra pessoa a representá-la.
* A diária local, incluindo almoço e lanche, o valor é R$ 20,00.
* A diária completa, incluindo hospedagem, o valor é R$ 50,00.
Ir. Rosália Sehnem, PCC
Coordenadora da FFB-RS
Porto Alegre, 02 de julho de 2009.
sábado, 29 de agosto de 2009
“Felizes os puros de coração, porque verão a Deus!”
“Todos/as nós, de diversos modos, procuramos uma vida pura e imaculada diante de Deus e dos irmãos e irmãs. Para realizar este desejo ou obrigação que nos impomos, recorremos às práticas religiosas, aos terapeutas, aos médicos, aos guias espirituais, e assim por diante. Mas nem sempre conseguimos nos livrar da tentação de construir somente uma aparência de integridade ou de garantir uma pureza que é mais distanciamento dos/as nossos/as semelhantes que amor e compaixão. Como se o mais característico em Deus fosse o medo que leva ao distanciamento e a não se misturar com as misérias e contradições humanas. O papel das religiões não pode ser esse de nos afastar hipocritamente das lutas e necessidades dos nossos irmãos. Tiago contundente: “Religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição e manter-se livre da corrupção do mundo.”
“Seguem a tradição que receberam dos antigos...”
Escrevo estas linhas – sacramento de partilha e comunhão na fé e na esperança – no silêncio eloqüente e sugestivo dos Alpes franceses, neste lugar abençoado no qual Nossa Senhora se manifestou a duas crianças. Aqui nas montanhas de La Salette Maria nos revela, em seu próprio rosto lavado por lágrimas de compaixão, a beleza e a bondade de Deus. Sus lágrimas lembram as lágrimas de Jesus diante da morte de seu amigo Lázaro ou diante de uma Jerusalém que recusa se converter.
Por mais que uma certa mentalidade tenha interpretado a mensagem de Nossa Senhora da Salette como ameaça de castigo, o brilho que se nasce e se expande a partir da cruz que ela traz no peito nos lembra da fidelidade de Deus, o qual mantém sua compaixão de geração em geração e não abandona seu povo, apesar dos seus pecados. Mas é propriamente esta fidelidade de Deus que também nos interpela a assumir nossa responsabilidade pelos males que ferem a humanidade e a mudar nossos pensamentos, opções e prioridades de vida.
E um dos primeiros passos neste caminho é romper com algumas tradições: a ilusão de que a fé pode ser vivida sem ligação com a vida concreta; a mania de ‘tirar o corpo fora’ e pedir que Deus mude o mundo milagrosamente, sem nosso empenho; a hipocrisia de ostentar publicamente uma correção e uma autenticidade que não vão além da própria pele; o mito que afirma que a única saída é cada um/a cuidar de si mesmo/a.
“Ele nos gerou por meio da Palavra da verdade...”
São Tiago nos recorda que todo bem nos vem do Pai das luzes, e ele não tem fases ou períodos de mudança. O amor manifestado em Jesus crucificado não muda, mas não muda também o amor como único caminho possível para um outro mundo. “Ele nos gerou por meio da Palavra da verdade para que nos tornássemos as primeiras dentre as suas criaturas.” O batismo expressa este novo nascimento, esta vocação de sermos os/as primeiros/as que vivem o amor como princípio, como meio e como fim.
Quando falamos de amor não estamos nos referindo a um vago sentimento interior, mas a um dinamismo que encontra em Jesus sua máxima expressão e concretude: trata-se de reconhecer os outros em sua dignidade, de valorizar sua verdade e atender suas necessidades. E isso comporta decisões e ações concretas que passam longe do medo de não sujar as mãos, de envolver-se em lutas, de compartilhar sofrimentos e humilhações.
É lamentável ver que inda hoje alguns cristãos, inclusive religiosos/as e padres, estejam preocupados com a limpeza das mãos ou com a roupa adequada daqueles que se aproximam da eucaristia e sequer se incomodam com as fraturas, divisões e injustiças que ferem o corpo de Cristo no corpo dos homens e mulheres humilhados/as e excluídos/as da mesa da vida. Priorizam a limpeza das toalhas, patenas e cálices e não se importam com as atitudes verdadeiramente anti-evangélicas.
“Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos?”
Não se trata de acrescentar leis e doutrinas aos muitos fardos que os filhos e filhas de Deus já carregam sobre as costas. Deus não se compraz em escrever doutrinas e tratados jurídicos ou morais mas quer propor uma via que garanta a todos/as liberdade e vida plena. Ele propõe uma prática concreta para que todos/as vivam bem na terra que criou para eles/as. Ele faz questão de mostrar-se um Deus próximo e defensor dos últimos. “De fato, que grande nação tem um Deus tão próximo, como Javé nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?”
O problema está na tendência de transformar as propostas que conduzem a uma vida livre em leis que garantem privilégios. A aliança tinha mandamentos sim, mas seu objetivo era evitar posturas egoístas e fechadas. “Que grande nação tem estatutos e normas tão justas como toda esta lei que eu lhes proponho hoje?” Eram justas porque tinham como objetivo ajudar a conquistar a terra e a viver nela de forma solidária.
Mas a lei que os legistas e fariseus defendem diante da liberdade de Jesus e dos discípulos era bem outra coisa. “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, pois comem o pão sem lavar as mãos?” Não lhes interessava a partilha dos pães e peixes que alimentara uma multidão, mas o fato de que os discípulos e todo o povo tinham comido sem lavar as mãos.
“Vocês abandonam a lei de Deus para seguir a tradição dos homens.”
A verdade é que alguns costumes irrelevantes vão conquistando uma importância cada vez maior e acabam aparecendo à consciência como expressões da vontade de Deus. Quanta discussão sobre se é permitido receber a hóstia na mão ou não. E quanta polêmica em torno da prática de leigos e leigas proclamar o Evangelho numa celebração eucarística. E sem falar na questão da comunhão aos casais separados ou recasados...
Quanto esforço para filtrar um mosquito sem perceber que estamos engolindo dezenas de camelos. Quanto esforço para limpar as coisas por fora sem olhar para o que é mais importante. Quantos costumes pouco importantes são alçados ao patamar de lei de Deus. “Vocês abandonam a lei de Deus para seguir a tradição dos homens.”
Jesus estabelece um princípio que orienta nosso discernimento: “O que vem de fora e entra na pessoa não a torna impura; as coisas que saem de dentro da pessoa é que a tornam impura.” O que nos diminui ou torna sujos não é nossa condição social, nosso pouco estudo ou nossos poucos recursos, mas as ações e decisões que tomamos.
“É de dentro do coração das pessoas que saem as más intenções...”
Então não se trata de maquiar a realidade ou de manter as aparências, mas de purificar nossa percepção e nossos interesses. “Pois é de dentro do coração das pessoas que saem as más intenções, como a imoralidade, roubos, crimes, adultério, ambições sem limites, maldades, malícia, devassidão, inveja, cobiça, orgulho, falta de juízo...” E poderíamos completar a lista por nossa própria conta. É aqui que deve se concentrar toda nossa atenção.
Como não lembrar aqui a figura grandiosa e delicada de Dom Helder Câmara, cujos 10 anos de morte recordamos na ultima quinta-feira? Poucas pessoas conseguiram descer ao fundo dos labirintos do coração humano e compreender seus mistérios como ele. Poucas figuras religiosas conseguiram conjugar tão bem quanto ele doçura e firmeza. Poucas autoridades eclesiásticas conseguiram relativizar com tanta liberdade as tradições humanas em nome do Evangelho como fez este santo. Oxalá consigamos viver como ele a religião pura e verdadeira: socorrer os pobres e oprimidos em suas necessidades.
Pe. Itacir Brassiani msf
“Seguem a tradição que receberam dos antigos...”
Escrevo estas linhas – sacramento de partilha e comunhão na fé e na esperança – no silêncio eloqüente e sugestivo dos Alpes franceses, neste lugar abençoado no qual Nossa Senhora se manifestou a duas crianças. Aqui nas montanhas de La Salette Maria nos revela, em seu próprio rosto lavado por lágrimas de compaixão, a beleza e a bondade de Deus. Sus lágrimas lembram as lágrimas de Jesus diante da morte de seu amigo Lázaro ou diante de uma Jerusalém que recusa se converter.
Por mais que uma certa mentalidade tenha interpretado a mensagem de Nossa Senhora da Salette como ameaça de castigo, o brilho que se nasce e se expande a partir da cruz que ela traz no peito nos lembra da fidelidade de Deus, o qual mantém sua compaixão de geração em geração e não abandona seu povo, apesar dos seus pecados. Mas é propriamente esta fidelidade de Deus que também nos interpela a assumir nossa responsabilidade pelos males que ferem a humanidade e a mudar nossos pensamentos, opções e prioridades de vida.
E um dos primeiros passos neste caminho é romper com algumas tradições: a ilusão de que a fé pode ser vivida sem ligação com a vida concreta; a mania de ‘tirar o corpo fora’ e pedir que Deus mude o mundo milagrosamente, sem nosso empenho; a hipocrisia de ostentar publicamente uma correção e uma autenticidade que não vão além da própria pele; o mito que afirma que a única saída é cada um/a cuidar de si mesmo/a.
“Ele nos gerou por meio da Palavra da verdade...”
São Tiago nos recorda que todo bem nos vem do Pai das luzes, e ele não tem fases ou períodos de mudança. O amor manifestado em Jesus crucificado não muda, mas não muda também o amor como único caminho possível para um outro mundo. “Ele nos gerou por meio da Palavra da verdade para que nos tornássemos as primeiras dentre as suas criaturas.” O batismo expressa este novo nascimento, esta vocação de sermos os/as primeiros/as que vivem o amor como princípio, como meio e como fim.
Quando falamos de amor não estamos nos referindo a um vago sentimento interior, mas a um dinamismo que encontra em Jesus sua máxima expressão e concretude: trata-se de reconhecer os outros em sua dignidade, de valorizar sua verdade e atender suas necessidades. E isso comporta decisões e ações concretas que passam longe do medo de não sujar as mãos, de envolver-se em lutas, de compartilhar sofrimentos e humilhações.
É lamentável ver que inda hoje alguns cristãos, inclusive religiosos/as e padres, estejam preocupados com a limpeza das mãos ou com a roupa adequada daqueles que se aproximam da eucaristia e sequer se incomodam com as fraturas, divisões e injustiças que ferem o corpo de Cristo no corpo dos homens e mulheres humilhados/as e excluídos/as da mesa da vida. Priorizam a limpeza das toalhas, patenas e cálices e não se importam com as atitudes verdadeiramente anti-evangélicas.
“Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos?”
Não se trata de acrescentar leis e doutrinas aos muitos fardos que os filhos e filhas de Deus já carregam sobre as costas. Deus não se compraz em escrever doutrinas e tratados jurídicos ou morais mas quer propor uma via que garanta a todos/as liberdade e vida plena. Ele propõe uma prática concreta para que todos/as vivam bem na terra que criou para eles/as. Ele faz questão de mostrar-se um Deus próximo e defensor dos últimos. “De fato, que grande nação tem um Deus tão próximo, como Javé nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?”
O problema está na tendência de transformar as propostas que conduzem a uma vida livre em leis que garantem privilégios. A aliança tinha mandamentos sim, mas seu objetivo era evitar posturas egoístas e fechadas. “Que grande nação tem estatutos e normas tão justas como toda esta lei que eu lhes proponho hoje?” Eram justas porque tinham como objetivo ajudar a conquistar a terra e a viver nela de forma solidária.
Mas a lei que os legistas e fariseus defendem diante da liberdade de Jesus e dos discípulos era bem outra coisa. “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, pois comem o pão sem lavar as mãos?” Não lhes interessava a partilha dos pães e peixes que alimentara uma multidão, mas o fato de que os discípulos e todo o povo tinham comido sem lavar as mãos.
“Vocês abandonam a lei de Deus para seguir a tradição dos homens.”
A verdade é que alguns costumes irrelevantes vão conquistando uma importância cada vez maior e acabam aparecendo à consciência como expressões da vontade de Deus. Quanta discussão sobre se é permitido receber a hóstia na mão ou não. E quanta polêmica em torno da prática de leigos e leigas proclamar o Evangelho numa celebração eucarística. E sem falar na questão da comunhão aos casais separados ou recasados...
Quanto esforço para filtrar um mosquito sem perceber que estamos engolindo dezenas de camelos. Quanto esforço para limpar as coisas por fora sem olhar para o que é mais importante. Quantos costumes pouco importantes são alçados ao patamar de lei de Deus. “Vocês abandonam a lei de Deus para seguir a tradição dos homens.”
Jesus estabelece um princípio que orienta nosso discernimento: “O que vem de fora e entra na pessoa não a torna impura; as coisas que saem de dentro da pessoa é que a tornam impura.” O que nos diminui ou torna sujos não é nossa condição social, nosso pouco estudo ou nossos poucos recursos, mas as ações e decisões que tomamos.
“É de dentro do coração das pessoas que saem as más intenções...”
Então não se trata de maquiar a realidade ou de manter as aparências, mas de purificar nossa percepção e nossos interesses. “Pois é de dentro do coração das pessoas que saem as más intenções, como a imoralidade, roubos, crimes, adultério, ambições sem limites, maldades, malícia, devassidão, inveja, cobiça, orgulho, falta de juízo...” E poderíamos completar a lista por nossa própria conta. É aqui que deve se concentrar toda nossa atenção.
Como não lembrar aqui a figura grandiosa e delicada de Dom Helder Câmara, cujos 10 anos de morte recordamos na ultima quinta-feira? Poucas pessoas conseguiram descer ao fundo dos labirintos do coração humano e compreender seus mistérios como ele. Poucas figuras religiosas conseguiram conjugar tão bem quanto ele doçura e firmeza. Poucas autoridades eclesiásticas conseguiram relativizar com tanta liberdade as tradições humanas em nome do Evangelho como fez este santo. Oxalá consigamos viver como ele a religião pura e verdadeira: socorrer os pobres e oprimidos em suas necessidades.
Pe. Itacir Brassiani msf
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
A BELEZA DA ORLA DO GUAÍBA NÃO COMPORTA “ESPIGÕES"
Volta e meia ouvimos alguém falar assim: “As praias do Rio Grande do Sul começam em Santa Catarina”. Ou então outros mais sarcásticos - um deles é um notável articulista de jornal - todos os anos, por ocasião da enxurrada dos “hermanos” argentinos rumo ao norte do Mampituba, saem com essa: “As praias de Santa Catarina dão de goleada nas praias do Rio Grande do Sul”. Ledo engano!... A realidade é que nosso Rio Grande tem dois mares, o de dentro, também apelidado de Costa Doce, e o de fora. Santa Catarina só tem um, o de fora.
Um pescador de Tramandaí, provocado pelo estranhamento de um banhista pela linha reta sem reentrância de espécie alguma, em nosso litoral, começando a norte, no Mampituba, limite com Santa Catarina, e se estendendo até o Chuí, na fronteira-sul com o Uruguai, retruca assim
“Famílias da roça, quando realizam o sonho da casa própria, costumam convidar amigos e vizinhos para a “festa da cumieira”. A colocação do telhado significa que a façanha está chegando ao “gran finale”. Aliás o provérbio dos antigos também confirma esse comportamento quando diz: “o coroamento da obra acontece no fim!”. Em bom latim: “finis coronat opus!”
Quem por primeiro assim procedeu, foi o próprio Deus, o supremo arquiteto do universo. Ele fez o mundo em sete dias. O último contorno de praias que criou foi no litoral brasileiro. Um grande mutirão: Deus com os seus anjos.
Na manhã do sexto dia começaram na costa norte da Terra de Santa Cruz, hoje Brasil, com a Amazônia. Vieram descendo rumo ao sul, num capricho só: praias cheias de recortes com enseadas, penínsulas, cabos, golfos, promontórios, baías, montanhas, estuários, etc. etc. Parecia mesmo um artesanato de mulher rendeira à beira d’água. Pelas 12 horas desse último dia de trabalho, tinham chegado à foz do Mampituba, divisa com o nosso Estado.
Deus Pai Criador se voltou então para os anjos e falou: “Vou me recolher ao seio da Trindade a fim de decidir como e quem vamos colocar para habitar a casa que está ficando pronta”. Deixou um “trabalho de casa” para ocupar os anjos: fazer as praias do Rio Grande do Sul que ainda faltavam.
A confabulação entre Pai, Filho e Espírito Santo concluiu que as criaturas humanas – homem e mulher – seriam feitos à “imagem e semelhança” das três divinas pessoas que, de tanto se amarem formam a melhor Comunidade.
Nesse meio tempo, os anjos arregaçaram as mangas e fizeram esse “retão” de praia a contrastar com tudo que haviam feito antes em companhia do Criador do mundo.
Pelo meio da tarde Deus-Pai, depois de ter resolvido com as duas outras divinas pessoas, o jeito que teriam os moradores da Casa Terra, veio para junto de seus anjos para ver o serviço. Quando deparou com a imensa linha reta da costa, o Criador levou um susto.
- “Então toda uma semana em que trabalhamos juntos não foi suficiente para vocês aprenderem?!”
Os anjos ficaram tristes e até um deles ensaiou uma lágrima, mas Deus que é Amor, imediatamente atalhou: “Nada, nada grave! Agora, retomando nosso mutirão, vamos mostrar as maravilhas que somos capazes de fazer no interior do continente. Vamos fazer o mar de dentro.” Falou e imediatamente espalmou a mão sobre o “continente que é o Rio Grande”. A palma da mão divina é o Guaíba. Cada um dos cinco dedos são os cinco rios: Jacuí, Caí, Sinos, Gravataí e Taquari. Isso tudo, naturalmente ao lado de inúmeros arroios, cascatas, lagos, lagunas, a Lagoa dos índios Patos que é a maior da América, etc. etc.
Dizem até que Jerônimo de Ornellas, o primeiro habitante, do alto do morro Santana em que morava, contemplava, lá de cima o Delta do Jacuí e repetia sempre: Eu VI-A-MÃO de Deus. Expressão que depois passou a ser o nome do município lindeiro de Porto Alegre. .
Estava terminada a obra da Criação e a marca de Deus, - sua assinatura – é o Guaíba com os cinco dedos da mão se espraiando Rio Grande acima, em cujas margens vivem os dois terços de toda a população da nossa Terra querida, “defendida por Sepé”.
Será que saberemos preservar, a 23 de agosto, com o primeiro plebiscito de caráter ecológico de nossa história, as maravilhas da natureza com que Deus nos presenteou?...
Por Irmão Antônio Cechin
Um pescador de Tramandaí, provocado pelo estranhamento de um banhista pela linha reta sem reentrância de espécie alguma, em nosso litoral, começando a norte, no Mampituba, limite com Santa Catarina, e se estendendo até o Chuí, na fronteira-sul com o Uruguai, retruca assim
“Famílias da roça, quando realizam o sonho da casa própria, costumam convidar amigos e vizinhos para a “festa da cumieira”. A colocação do telhado significa que a façanha está chegando ao “gran finale”. Aliás o provérbio dos antigos também confirma esse comportamento quando diz: “o coroamento da obra acontece no fim!”. Em bom latim: “finis coronat opus!”
Quem por primeiro assim procedeu, foi o próprio Deus, o supremo arquiteto do universo. Ele fez o mundo em sete dias. O último contorno de praias que criou foi no litoral brasileiro. Um grande mutirão: Deus com os seus anjos.
Na manhã do sexto dia começaram na costa norte da Terra de Santa Cruz, hoje Brasil, com a Amazônia. Vieram descendo rumo ao sul, num capricho só: praias cheias de recortes com enseadas, penínsulas, cabos, golfos, promontórios, baías, montanhas, estuários, etc. etc. Parecia mesmo um artesanato de mulher rendeira à beira d’água. Pelas 12 horas desse último dia de trabalho, tinham chegado à foz do Mampituba, divisa com o nosso Estado.
Deus Pai Criador se voltou então para os anjos e falou: “Vou me recolher ao seio da Trindade a fim de decidir como e quem vamos colocar para habitar a casa que está ficando pronta”. Deixou um “trabalho de casa” para ocupar os anjos: fazer as praias do Rio Grande do Sul que ainda faltavam.
A confabulação entre Pai, Filho e Espírito Santo concluiu que as criaturas humanas – homem e mulher – seriam feitos à “imagem e semelhança” das três divinas pessoas que, de tanto se amarem formam a melhor Comunidade.
Nesse meio tempo, os anjos arregaçaram as mangas e fizeram esse “retão” de praia a contrastar com tudo que haviam feito antes em companhia do Criador do mundo.
Pelo meio da tarde Deus-Pai, depois de ter resolvido com as duas outras divinas pessoas, o jeito que teriam os moradores da Casa Terra, veio para junto de seus anjos para ver o serviço. Quando deparou com a imensa linha reta da costa, o Criador levou um susto.
- “Então toda uma semana em que trabalhamos juntos não foi suficiente para vocês aprenderem?!”
Os anjos ficaram tristes e até um deles ensaiou uma lágrima, mas Deus que é Amor, imediatamente atalhou: “Nada, nada grave! Agora, retomando nosso mutirão, vamos mostrar as maravilhas que somos capazes de fazer no interior do continente. Vamos fazer o mar de dentro.” Falou e imediatamente espalmou a mão sobre o “continente que é o Rio Grande”. A palma da mão divina é o Guaíba. Cada um dos cinco dedos são os cinco rios: Jacuí, Caí, Sinos, Gravataí e Taquari. Isso tudo, naturalmente ao lado de inúmeros arroios, cascatas, lagos, lagunas, a Lagoa dos índios Patos que é a maior da América, etc. etc.
Dizem até que Jerônimo de Ornellas, o primeiro habitante, do alto do morro Santana em que morava, contemplava, lá de cima o Delta do Jacuí e repetia sempre: Eu VI-A-MÃO de Deus. Expressão que depois passou a ser o nome do município lindeiro de Porto Alegre. .
Estava terminada a obra da Criação e a marca de Deus, - sua assinatura – é o Guaíba com os cinco dedos da mão se espraiando Rio Grande acima, em cujas margens vivem os dois terços de toda a população da nossa Terra querida, “defendida por Sepé”.
Será que saberemos preservar, a 23 de agosto, com o primeiro plebiscito de caráter ecológico de nossa história, as maravilhas da natureza com que Deus nos presenteou?...
Por Irmão Antônio Cechin
sábado, 22 de agosto de 2009
Encontro VR das aréas Navegantes e Floresta
Aconteceu neste sabado, 22 de agosto de 2009, das 14 as 17 hs, o Encontro da Vida Religiosa das Aréas navegantes e floresta com a participação de aproximandamente 40 religiosos(as). Como estamos no mês de agosto, mês vocacional fizemos uma longa partilha, onde cada participante foi motivado a contar um pouco de sua historia vocacional, realmente foi uma riquiza muito bonita. Dentre estes religiosos havia as novas gerações onde a comunicação e o acompanhamento vocacional se fez através de meios virtuais, e-mails e internet e as gerações onde a vocação nascia através da religiosidade da familia e da fé, o acompanhamento era feito através de cartas manuscritras e a visita pessoal de promotores vocacionais. Após a partilha, tivemos um momento de reflexão e concluimos o encontro com a celebração Eucaristica e uma confraternização partilhada e momento de convivência.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
domingo, 16 de agosto de 2009
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Carta da Vida Religiosa Inserida em Meios Populares do RS
"É tempo de acender uma lâmpada, varrer cuidadosamente a casa e procurar a moeda perdida até encontrá-la. É tempo de reunir amigas e vizinhas para dizer: alegrem-se comigo. Eu encontrei a moeda que tinha perdido” (cf. Lc 15,8-9).
De diversas partes do RS chegamos para um Seminário Estadual, nos dias 7 a 9 de agosto, na CAJU – Casa da Juventude, Porto Alegre. Na alegria do encontro nos acolhemos mutuamente. Éramos 65 participantes de 18 Congregações e uma leiga. Iniciamos com a partilha da riqueza de toda Vida Religiosa Inserida do Brasil, pela memória do Seminário Nacional que aconteceu em Carpina/PE, em abril deste ano. Foi ponto culminante do processo de revitalização da VRI no Brasil, na partilha de experiências, celebrações e reflexões que nos confirmam e desafiam a permanecer na inserção e a avançar em novos espaços e novas práticas transformadoras.
Situando-nos no contexto amplo do momento atual, no nível sócio-político-econômico e eclesial, nos detivemos em alguns aspectos relevantes da Igreja e da VR no RS. Constatamos os dois grandes paradigmas que definem, hoje, as posturas políticas, econômicas e sociais diferenciadas: o paradigma do desenvolvimento econômico, oriundo da revolução industrial e o paradigma sócio-ecológico. E como Igreja nos percebemos com práticas decontextualizadas, incapazes de responder às perguntas do momento atual, distantes dos pobres e das questões sociais.
Retomamos o itinerário da VRI nos Meios Populares no RS. Nos alegramos com os caminhos feitos; constatamos os limites e desafios e reafirmamos a importância da proximidade com o pobre como questão de fidelidade ao seguimento de Jesus. O testemunho de pessoa leiga nos confirma no assumir de uma VR que visita, acolhe, anima e faz, junto com o povo, processos de libertação. Teologicamente resgatamos fundamentos básicos para nossa inserção: mística, profecia e testemunho, pautado na certeza da presença de um Deus que é amor, que cuida da vida, sobretudo da vida mais ameaçada. Na inserção, os pobres são profecia para nós e a comunidade inserida é profecia para as instituições e o mundo.
Das reflexões e partilhas que aconteceram neste Seminário, assumimos alguns compromissos:
- Radicalidade na opção pelos pobres;
- Proclamação da prioridade da missão acima da instituição;
- Presença e animação nas CEBs, sobretudo na formação de novas lideranças;
- Participação nos espaços de elaboração e controle das Políticas Públicas;
- Articulação e partilha de posturas e de práticas, buscando maior representatividade da VR nos diferentes espaços públicos;
- Maior sensibilidade e novas posturas ecológicas;
- Apoio e defesa da permanência das duas Romarias: da Terra e do Trabalhador.
Animadas/os pela certeza de um Deus que está no meio de nós e nos acompanha, e pelo reencontro, pela vida partilhada, rezada e iluminada, retornamos na convicção que a VRI está atuante no RS e tem o desafio de avançar em novas formas e espaços de presença solidária.
Porto Alegre, 09 de agosto de 2009.
De diversas partes do RS chegamos para um Seminário Estadual, nos dias 7 a 9 de agosto, na CAJU – Casa da Juventude, Porto Alegre. Na alegria do encontro nos acolhemos mutuamente. Éramos 65 participantes de 18 Congregações e uma leiga. Iniciamos com a partilha da riqueza de toda Vida Religiosa Inserida do Brasil, pela memória do Seminário Nacional que aconteceu em Carpina/PE, em abril deste ano. Foi ponto culminante do processo de revitalização da VRI no Brasil, na partilha de experiências, celebrações e reflexões que nos confirmam e desafiam a permanecer na inserção e a avançar em novos espaços e novas práticas transformadoras.
Situando-nos no contexto amplo do momento atual, no nível sócio-político-econômico e eclesial, nos detivemos em alguns aspectos relevantes da Igreja e da VR no RS. Constatamos os dois grandes paradigmas que definem, hoje, as posturas políticas, econômicas e sociais diferenciadas: o paradigma do desenvolvimento econômico, oriundo da revolução industrial e o paradigma sócio-ecológico. E como Igreja nos percebemos com práticas decontextualizadas, incapazes de responder às perguntas do momento atual, distantes dos pobres e das questões sociais.
Retomamos o itinerário da VRI nos Meios Populares no RS. Nos alegramos com os caminhos feitos; constatamos os limites e desafios e reafirmamos a importância da proximidade com o pobre como questão de fidelidade ao seguimento de Jesus. O testemunho de pessoa leiga nos confirma no assumir de uma VR que visita, acolhe, anima e faz, junto com o povo, processos de libertação. Teologicamente resgatamos fundamentos básicos para nossa inserção: mística, profecia e testemunho, pautado na certeza da presença de um Deus que é amor, que cuida da vida, sobretudo da vida mais ameaçada. Na inserção, os pobres são profecia para nós e a comunidade inserida é profecia para as instituições e o mundo.
Das reflexões e partilhas que aconteceram neste Seminário, assumimos alguns compromissos:
- Radicalidade na opção pelos pobres;
- Proclamação da prioridade da missão acima da instituição;
- Presença e animação nas CEBs, sobretudo na formação de novas lideranças;
- Participação nos espaços de elaboração e controle das Políticas Públicas;
- Articulação e partilha de posturas e de práticas, buscando maior representatividade da VR nos diferentes espaços públicos;
- Maior sensibilidade e novas posturas ecológicas;
- Apoio e defesa da permanência das duas Romarias: da Terra e do Trabalhador.
Animadas/os pela certeza de um Deus que está no meio de nós e nos acompanha, e pelo reencontro, pela vida partilhada, rezada e iluminada, retornamos na convicção que a VRI está atuante no RS e tem o desafio de avançar em novas formas e espaços de presença solidária.
Porto Alegre, 09 de agosto de 2009.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Visita de Religisos(as) do curso de Especialização em Franciscanismo
Na última sexta-feira, 31 de Junho, religiosos(as) participante do curso de Especialização em Franciscanismo estiveram na Casa Fonte Colombo onde conheceram o trabalho realizados pelos freis com pessoas portadora o HIV/aids. Após conhecer a casa houve uma pequena confraternização entre os visitante e os freis da casa.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
SEMINÁRIO ESTADUAL DA VIDA RELIGIOSA INSERIDA
07 à 09 de agosto – CAJU
Programação:
Dia 07
18:30 - Início com o jantar;
19:30 - Acolhida e apresentação ( Ir. Clarice);
- Proposta de organização e programação (formação das equipes);
- Mística inicial incluída na apresentação do Seminário Nacional (Pe. Rogério e Frei Eduardo).
Dia 08
Secretaria – Ir. Clarice
08:00 - Oração da manhã (Ir. Eurides – Ir. Inês fala com ela);
Coordenação do Painel – Ir. Miguel
08:45 – 10:00 – Conjuntura Social, política, econômica, ecológica (Pe. Inácio Neutzling);
10:00 – 10:15 – Lanche
10:15 – 11:15 – Conjuntura Eclesial do RS (Frei Wilson Dallagnol)
10:15 – Reações e interação com o plenário.
12:00 – almoço.
Coordenação do Painel – Frei Orestes
14:00 – 15:00 – Iluminação Bíblico-teológica (Ir. Cleusa Andreata);
15:00 – 15:45 – Resgate Histórico da Inserção (Ir. Inês Pretto);
15:45 – Lanche
16:10 – 16:30 – “Eu testemunhei a Inserção da Vida Religiosa” (Adelaide Klein);
16:30 – Interação com o Plenário;
18:00 – Celebração Eucarística (formar a equipe na sexta de noite);
19:00 – Jantar.
20:15 – Noite de convivência, partilha (dança, pipoca, quentão...)
Dia 09
08:00 – Oração da manhã (formar equipe 6ª de noite);
08:30 – Aprofundamento e retomada do dia anterior (Ir. Clarice);
09:00 – Trabalho em grupo – Avaliação e encaminhamento para o futuro, para a continuidade – (Ir. Inês);
09:45 – Lanche;
10:00 – Plenário;
Encerramento – Bênção final (Frei Orestes, ou Pe. Rogério)
07 à 09 de agosto – CAJU
Programação:
Dia 07
18:30 - Início com o jantar;
19:30 - Acolhida e apresentação ( Ir. Clarice);
- Proposta de organização e programação (formação das equipes);
- Mística inicial incluída na apresentação do Seminário Nacional (Pe. Rogério e Frei Eduardo).
Dia 08
Secretaria – Ir. Clarice
08:00 - Oração da manhã (Ir. Eurides – Ir. Inês fala com ela);
Coordenação do Painel – Ir. Miguel
08:45 – 10:00 – Conjuntura Social, política, econômica, ecológica (Pe. Inácio Neutzling);
10:00 – 10:15 – Lanche
10:15 – 11:15 – Conjuntura Eclesial do RS (Frei Wilson Dallagnol)
10:15 – Reações e interação com o plenário.
12:00 – almoço.
Coordenação do Painel – Frei Orestes
14:00 – 15:00 – Iluminação Bíblico-teológica (Ir. Cleusa Andreata);
15:00 – 15:45 – Resgate Histórico da Inserção (Ir. Inês Pretto);
15:45 – Lanche
16:10 – 16:30 – “Eu testemunhei a Inserção da Vida Religiosa” (Adelaide Klein);
16:30 – Interação com o Plenário;
18:00 – Celebração Eucarística (formar a equipe na sexta de noite);
19:00 – Jantar.
20:15 – Noite de convivência, partilha (dança, pipoca, quentão...)
Dia 09
08:00 – Oração da manhã (formar equipe 6ª de noite);
08:30 – Aprofundamento e retomada do dia anterior (Ir. Clarice);
09:00 – Trabalho em grupo – Avaliação e encaminhamento para o futuro, para a continuidade – (Ir. Inês);
09:45 – Lanche;
10:00 – Plenário;
Encerramento – Bênção final (Frei Orestes, ou Pe. Rogério)
quinta-feira, 23 de julho de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Curso de Especialização em Franciscanismo
Iniciou nesta Segunda-feira, 20 de julho, com a participação de trinta e cinco estudantes povenientes de diversos estados do Brasil, o Curso de Especialização em Franciscanismo na Escola Superior de Teologia e Espiritualidade franciscana. Uma Celebração Eucaristica presidida pelo Frei João Inacio Muller, Provincial dos Frades Menores do Rio Grande do Sul e Frei Alvaro Morés, Provincial dos Frades Menores Capuchinhos do Rio Grande do Sul e acompanhada por Provinciais de diversas Congregações franciscanas e um número significativo de religisos e religisas marcou a abertura do curso.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
4ª Romaria da Floresta
22 a 25 de julho de 2009
Povo organizado: Direitos conquistados
De Anapu até Lote 55 no PDS Esperança
De Anapu até Lote 55 no PDS Esperança
Irmã Dorothy Stang: uma vida profética
“Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.”
Falar de Irmã Dorothy Santg, é sempre um momento para se recordar seu amor e sua dedicação profunda ao projeto de Deus, nas pegadas do Mestre Jesus, tendo como referência: os pobres e as famílias do povo amazônico de Anapu. Mulher consagrada, mística, evangélica e audaciosa, são essas características e outras que fazem de seu itinerário, uma vida profética. Ela testemunhava um amor imenso pela vida, dom de Deus Criador, que nos deu de presente a natureza e tudo o que dela contém para nossa realização humana, e sustentabilidade. Assim, desse modo, sabia fazer uma ligação profunda e contemplativa, que unia fé, vida e espiritualidade. Esse testemunho de vida se contemplou no cuidado e na defesa da vida ameaçada. Em sua trajetória, esse foi o seu grande compromisso, de lutar pela vida da Amazônia e, sobretudo os povos que lá vivem que não tem condições de viver e trabalhar nela e cultivar uma vida digna.
Segundo o que se conhece sobre sua vida, Ir. Dorothy Stang foi uma mulher sempre presente nas lutas pelas causas sociais. Ela não se preocupava com os riscos que correria, ou seja, não a deixava se abater pelas ameaças que já vinha encontrando na sua missão, no objetivo de defender a causa do povo, através da preservação da floresta e da terra. Seu sonho era construir um projeto em que o povo pudesse sobreviver, na dinâmica de preservar em vez de devastar, que se assegurou num projeto solidário: PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável). Conhecida como mulher batalhadora senhora de fala mansa, convicções firmes e inesgotável energia, Dorothy Santg caminha cada vez mais na entrega total de sua vida, confiante e alimentada pela Palavra de Deus, configura-se ao mistério pascal de Cristo, no dia 12 de fevereiro de 2005 em Anapu / PA, calaram a voz profética da Amazônia, assassinando-a brutalmente, nossos olhos choraram profundamente a eterna saudade de sua presença alegre e audaz, e a falta de justiça pelos culpados dessa morte tão cruel. Mas o que há de importante, é que ainda hoje não calaram nossas vozes e nem o clamor de nossos corações por mais justiça e igualdade para todos. Esse foi o sonho de Dorothy, certamente, também é o sonho de todos/as nós, que nos unimos ao grito de muitas famílias indefesas marcadas pela realidade absurda do latifúndio, da violência e da falta de impunidade diante destas causas. Portanto, todos/as nós que levantamos a bandeira de luta de Ir. Dorothy. Devemos continuar semeando a esperança que se há de transformar outras mentes para que se haja uma consciência ativa, de não pararmos de sonhar sonhos possíveis...
Essa romaria é um marco concreto na iniciativa de não nos desanimarmos frente a toda essa situação de morte. Mas é preciso, continuar buscando, lutando e gerando vida, sonhando um novo amanhecer que é possível se realizar. Como diz Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em plenitude” (Jo. 10,10) Nesta Romaria, queremos mostrar que quando estamos organizados, juntamente com a força do povo, nós seremos capazes de avançar na realização do sonho de ter terra, pão e lar para todos. Enfim, a figura dessa venerável mulher é um espelho, que faz com que olhamos para dentro de nós, buscando nos inserir cada dia no mundo em que vivemos sem deixar de viver concretamente o projeto de Jesus, a dedicação e a promoção em favor da vida, e da vida do ser humano.
Irmã Dorothy vive, vive! Sempre, viverá!
Ir. Francilene Cavalcante, ICMR.
Belém, PA, 15 de Julho de 2009.
Segundo o que se conhece sobre sua vida, Ir. Dorothy Stang foi uma mulher sempre presente nas lutas pelas causas sociais. Ela não se preocupava com os riscos que correria, ou seja, não a deixava se abater pelas ameaças que já vinha encontrando na sua missão, no objetivo de defender a causa do povo, através da preservação da floresta e da terra. Seu sonho era construir um projeto em que o povo pudesse sobreviver, na dinâmica de preservar em vez de devastar, que se assegurou num projeto solidário: PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável). Conhecida como mulher batalhadora senhora de fala mansa, convicções firmes e inesgotável energia, Dorothy Santg caminha cada vez mais na entrega total de sua vida, confiante e alimentada pela Palavra de Deus, configura-se ao mistério pascal de Cristo, no dia 12 de fevereiro de 2005 em Anapu / PA, calaram a voz profética da Amazônia, assassinando-a brutalmente, nossos olhos choraram profundamente a eterna saudade de sua presença alegre e audaz, e a falta de justiça pelos culpados dessa morte tão cruel. Mas o que há de importante, é que ainda hoje não calaram nossas vozes e nem o clamor de nossos corações por mais justiça e igualdade para todos. Esse foi o sonho de Dorothy, certamente, também é o sonho de todos/as nós, que nos unimos ao grito de muitas famílias indefesas marcadas pela realidade absurda do latifúndio, da violência e da falta de impunidade diante destas causas. Portanto, todos/as nós que levantamos a bandeira de luta de Ir. Dorothy. Devemos continuar semeando a esperança que se há de transformar outras mentes para que se haja uma consciência ativa, de não pararmos de sonhar sonhos possíveis...
Essa romaria é um marco concreto na iniciativa de não nos desanimarmos frente a toda essa situação de morte. Mas é preciso, continuar buscando, lutando e gerando vida, sonhando um novo amanhecer que é possível se realizar. Como diz Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em plenitude” (Jo. 10,10) Nesta Romaria, queremos mostrar que quando estamos organizados, juntamente com a força do povo, nós seremos capazes de avançar na realização do sonho de ter terra, pão e lar para todos. Enfim, a figura dessa venerável mulher é um espelho, que faz com que olhamos para dentro de nós, buscando nos inserir cada dia no mundo em que vivemos sem deixar de viver concretamente o projeto de Jesus, a dedicação e a promoção em favor da vida, e da vida do ser humano.
Irmã Dorothy vive, vive! Sempre, viverá!
Ir. Francilene Cavalcante, ICMR.
Belém, PA, 15 de Julho de 2009.
Nossa Senhora do Carmo(16 de Julho)
Ao olharmos para a história da Igreja encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor a Virgem Mãe de Deus; é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: "O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual". Carmelo (em hebraico, "carmo" significa vinha; e "elo" significa senhor; portanto, "Vinha do Senhor"): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi pré-figurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf I Rs 18,20-45). Estes profetas foram "participantes" da obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos; chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este por sua vez estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe: "Recebe, meu filho, este escapulário da tua ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno". Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: "Devemos colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo - e ainda - escapulário não é 'carta-branca' para pecar; é uma 'lembrança' para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte". Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, não há como não falar da história dos Carmelitas e do Escapulário, pois onde estão os filhos aí está a amorosa Mãe.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Freis visitam Abrigo Bom Jesus
Nesta quarta-feira, 8 de julho, Freis Eduardo Paziantto e Marcelo Monti Bica estiveram no Abrigo Bom Jesus que tem capacidade para 70 pessoas, para falar sobre o trabalho de prevenção, assistência, reinserção social e reestruturação dos laços familiares realizados pelos voluntários na Casa Fonte Colombo. Participaram deste encontro 35 albergados, entre eles famílias com crianças. Os participantes tinham a curiosidade de saber quem poderia participar, como, qual o melhor dia e quais atividades da instituição. A Casa Fonte Colombo tem um carinho muito especial com as pessoas em situação de rua que vivem com HIV, pois sua vulnerabilidade é ainda maior comparada com outros que tem moradia garantida. Esta parceria com o Abrigo Bom Jesus teve início em 2002 quando os freis estiveram, pela primeira vez, no abrigo para conversar sobre a casa.
Nesta quarta-feira, 8 de julho, Freis Eduardo Paziantto e Marcelo Monti Bica estiveram no Abrigo Bom Jesus que tem capacidade para 70 pessoas, para falar sobre o trabalho de prevenção, assistência, reinserção social e reestruturação dos laços familiares realizados pelos voluntários na Casa Fonte Colombo. Participaram deste encontro 35 albergados, entre eles famílias com crianças. Os participantes tinham a curiosidade de saber quem poderia participar, como, qual o melhor dia e quais atividades da instituição. A Casa Fonte Colombo tem um carinho muito especial com as pessoas em situação de rua que vivem com HIV, pois sua vulnerabilidade é ainda maior comparada com outros que tem moradia garantida. Esta parceria com o Abrigo Bom Jesus teve início em 2002 quando os freis estiveram, pela primeira vez, no abrigo para conversar sobre a casa.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Inserção: um novo jeito de ser vida religiosa, á serviço da vida
“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo concederá” (Jo. 15,16)
“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo concederá” (Jo. 15,16)
Com esse tema, partindo da bonita experiência de Carpina, PE, em abril deste ano, onde o seminário Nacional da Vida Religiosa Inserida foi o novo pentecostes para as nossas vidas como consagrados/as, o re-lançar na missão de anunciar e se comprometer com o projeto de Jesus: os pobres e excluídos,fomos interpelados/as a retomar nossa caminhada na esperança de construir o novo que nos faz repensar o sonho de Deus: paz e justiça para todos/as. Essa iniciativa nos convoca a retomarmos o amor apaixonado por Jesus e pelo seu Reino, tendo como ponto de partida, a vida dos pobres e de todos aqueles/as que compõem a massa excludente de nossa sociedade.
Em primeiro lugar, para nos comprometermos com os pobres é preciso olhar o carisma fundante de nossas ordens e congregações, a partir dos fundadores/as, que impelido/as pelo Espírito de Deus, tiveram o Evangelho como fonte e a inspiração para suas vidas. Vislumbrados/as em Jesus Cristo, deixaram-se amar, seduzir-se pela Palavra em meios aos desafios do seu tempo. Hoje temos que olhar a nossa vida, e perceber a que ponto estamos chegando, ou se ainda, vivemos no comodismo e no medo de sairmos de nós mesmos/as para darmos uma resposta mais coerente, sendo testemunhas proféticas de uma vida religiosa alegre e incansável de fazer o bem por amor ao Reino. É nessa certeza que certamente estará a nossa recompensa, como diz, (Mt. 5, 12,) “Bem aventurados sois vós quando forem perseguidos e disserem todo mal contra vós por causa do Reino de Deus, alegrai-vos, pois será grande a recompensa de vocês nos céus”. Portanto, é necessário que a cada dia nos alimentemos dessa palavra, o próprio evangelho encarnado, traduzindo se na mística do ser que cuida e defende a vida ameaçada. A Palavra de Deus nos fala: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho. (Salmos 119:105),”
A mística se configura na entrega constante do coração que se confia no amor misericordioso de Deus, dele busca forças para descermos na periferia, nos centros urbanos, nas inúmeras desigualdades e situações sociais e entre outras: desemprego, violência contra mulheres, crianças e idosos, realidades essas que afligem nosso povo. Em síntese não basta só falarmos de inserção, é importante e imprescindível a nossa presença concreta no qual o nosso modo de fazer dará consistência e profundidade o nosso ser, isto é, nos faz aproximar-se a cada momento da proposta de Jesus, e assim cotidianamente seremos capazes de viver a inserção como um projeto de vida que não podemos deixar de darmos prioridade em nossa vida religiosa consagrada.
Ir. Francilene Cavalcante, ICMR – Ananindeua PA. 08/07/2009
Em primeiro lugar, para nos comprometermos com os pobres é preciso olhar o carisma fundante de nossas ordens e congregações, a partir dos fundadores/as, que impelido/as pelo Espírito de Deus, tiveram o Evangelho como fonte e a inspiração para suas vidas. Vislumbrados/as em Jesus Cristo, deixaram-se amar, seduzir-se pela Palavra em meios aos desafios do seu tempo. Hoje temos que olhar a nossa vida, e perceber a que ponto estamos chegando, ou se ainda, vivemos no comodismo e no medo de sairmos de nós mesmos/as para darmos uma resposta mais coerente, sendo testemunhas proféticas de uma vida religiosa alegre e incansável de fazer o bem por amor ao Reino. É nessa certeza que certamente estará a nossa recompensa, como diz, (Mt. 5, 12,) “Bem aventurados sois vós quando forem perseguidos e disserem todo mal contra vós por causa do Reino de Deus, alegrai-vos, pois será grande a recompensa de vocês nos céus”. Portanto, é necessário que a cada dia nos alimentemos dessa palavra, o próprio evangelho encarnado, traduzindo se na mística do ser que cuida e defende a vida ameaçada. A Palavra de Deus nos fala: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho. (Salmos 119:105),”
A mística se configura na entrega constante do coração que se confia no amor misericordioso de Deus, dele busca forças para descermos na periferia, nos centros urbanos, nas inúmeras desigualdades e situações sociais e entre outras: desemprego, violência contra mulheres, crianças e idosos, realidades essas que afligem nosso povo. Em síntese não basta só falarmos de inserção, é importante e imprescindível a nossa presença concreta no qual o nosso modo de fazer dará consistência e profundidade o nosso ser, isto é, nos faz aproximar-se a cada momento da proposta de Jesus, e assim cotidianamente seremos capazes de viver a inserção como um projeto de vida que não podemos deixar de darmos prioridade em nossa vida religiosa consagrada.
Ir. Francilene Cavalcante, ICMR – Ananindeua PA. 08/07/2009